O chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, disse nesta quarta-feira (15) que o movimento islamista decidirá com outras facções palestinas a forma de governar Gaza depois da guerra com Israel.

"Dizemos que o Hamas está aqui para durar [...] e corresponderá ao movimento e a todas as facções nacionais [palestinas] decidir sobre a forma de governo em Gaza", declarou Haniyeh em discurso televisionado.

O líder do movimento islamista acrescentou que o futuro das negociações sobre um cessar-fogo é incerto porque Israel "insiste em ocupar a passagem de Rafah e ampliar a agressão" no território palestino desde o ataque brutal do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Haniyeh falou no contexto do 76º aniversário da "Nakba", quando cerca de 760 mil palestinos que viviam no que viria a ser o Estado de Israel foram obrigados a se exilar e encontraram refúgio nas atuais Cisjordânia e Faixa de Gaza, ou em países vizinhos (Líbano, Síria, Jordânia e Egito).

Entre a votação na ONU que ratificou a criação de um Estado de Israel em novembro de 1947 e sua proclamação oficial em 14 de maio de 1948, uma guerra civil colocou frente a frente milícias árabes e judias no território palestino.

Haniyeh reiterou a posição do movimento em relação às conversas para um cessar-fogo que se encontram bloqueadas.

"Qualquer acordo deve garantir um cessar-fogo permanente, a retirada [das forças israelenses] de todos os setores da Faixa de Gaza, um verdadeiro acordo para a troca de prisioneiros, o retorno das pessoas deslocadas, a reconstrução e o levantamento do assédio" sobre Gaza, acrescentou Haniyeh.

Suas declarações chegam depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assinalou que qualquer discussão sobre quem vai dirigir Gaza após a guerra é pura "conversa vazia" enquanto o movimento Hamas permanecer no território.

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