O presidente eleito do Panamá, José Raúl Mulino, apresentou, nesta quinta-feira (16) o seu gabinete, que inclui alguns ex-funcionários do governo de seu mentor, o ex-presidente exilado Ricardo Martinelli (2009-2014).
"O gabinete que hoje apresento é a combinação de experiência, juventude e competência de que o país necessita para enfrentar os grandes desafios que temos pela frente, que são muitos", disse Mulino em uma breve cerimônia.
Advogado de direita de 64 anos e ex-ministro da Segurança de Martinelli (2019-2014), Mulino apresentou 14 ministros, incluindo quatro mulheres, muitos das quais vêm do setor empresarial.
Mulino substituiu Martinelli como candidato, após o ex-presidente ter sido inabilitado com uma pena de quase onze anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Entre os que ocuparam altos cargos com Martinelli estão a próxima ministra da Mulher, Niurka Palacios, que foi vice-ministra do Desenvolvimento Social, e o novo chefe do Comércio e Indústrias, Julio Moltó, que foi diretor da polícia.
Outros que ocuparam cargos na administração Martinelli são a chefe da Cultura, Maruja Herrera (ex-diretora do extinto Instituto Nacional de Cultura), e o chefe do Desenvolvimento Agrícola, Roberto Linares (ex-diretor da Autoridade Marítima do Panamá).
Frank Ábrego, ministro da Segurança, foi diretor do Serviço Nacional de Fronteiras com Martinelli, embora tenha ocupado o mesmo cargo em outros dois governos.
O próximo gabinete terá dois membros do Partido Revolucionário Democrático (social-democrata), do atual presidente em fim de mandato Laurentino Cortizo: o chanceler Javier Martínez Acha e o chefe do Meio Ambiente, Juan Carlos Navarro.
O governo de Mulino também vai contar com o diretor da filial panamenha da ONG Transparência Internacional, Felipe Chapman, na pasta da Economia (Finanças) e um empresário, Jose Ramón Icaza, à frente do ministério do Canal.
"Vamos nos concentrar no crescimento econômico. No entanto, um objetivo muito importante é trabalhar no desenvolvimento, no progresso social e no desenvolvimento humano do país [porque] estamos muito conscientes de que há muitos panamenhos na pobreza", disse Chapman.
Faltando três ministros para serem nomeados, outras duas mulheres vão compor o próximo gabinete: Jackeline Muñoz no Trabalho e Beatriz Carles no Desenvolvimento Social.
Martinelli está escondido na embaixada da Nicarágua na capital panamenha há mais de três meses, de onde fez campanha ativamente para Mulino pelas redes sociais.
jjr/fj/cjc/jb/mvv