O julgamento do ex-presidente Donald Trump devido aos pagamentos ocultos a uma ex-atriz pornô entra em sua fase final esta semana, em meio ao suspense sobre se ele vai testemunhar, os argumentos finais e a expectativa de um veredicto histórico, com riscos políticos consideráveis.

Antes do início do julgamento, em 15 de abril, o magnata garantiu ao júri que testemunharia para "dizer a verdade". Contudo, após quatro semanas de audiências, seus advogados seguem com o suspense até a próxima sexta-feira (24).

Os analistas consideram provável que o candidato presidencial republicano desista para evitar se expor em um implacável interrogatório da acusação. 

Até o momento, o juiz Juan Merchan pediu às partes que se preparassem para seus argumentos finais a partir de terça-feira (21). O julgamento, que acontece em Nova York, fará um recesso na quarta e sexta-feira. 

Após as últimas declarações da acusação e da defesa, o júri se retirará para decidir o destino do bilionário.

Os 12 membros do júri devem avaliar se Trump é culpado da falsificação de 34 registros empresariais para disfarçar como despesas legais o pagamento de US$ 130 mil (R$ 684 mil na cotação atual) à ex-atriz pornô Stormy Daniels na reta final das eleições de 2016, nas quais derrotou Hillary Clinton.

Um veredicto de culpa exige unanimidade do júri. Se for esse o caso, o juiz deverá posteriormente fixar a pena, que poderá ser de prisão.

Uma condenação criminal seria um acontecimento histórico nos Estados Unidos e um terremoto político em plena campanha presidencial antes das eleições de novembro.

- 19 testemunhas -

Além do caso de Nova York, Trump é acusado em Washington e na Geórgia por tentar alterar os resultados das eleições de 2020 e de levar documentos confidenciais ao deixar a Casa Branca em 2021, embora este julgamento tenha sido adiado indefinidamente. 

O processo em curso é retomado nesta segunda-feira, com um novo depoimento de Michael Cohen, ex-advogado do republicano, que incriminou diretamente o seu ex-chefe. Ele disse que Trump aprovou o pagamento a Daniels para comprar seu silêncio sobre um caso extraconjugal que ela afirma que teve com ele em 2006.

O republicano de 77 anos nega a acusação e declara ser inocente, denunciando um julgamento com suposto caráter político.

Para a acusação, a questão central é que a transferência realizada por Cohen foi camuflada como "despesas legais" nas contas da Organização Trump, nas quais o objetivo era reembolsar o advogado.

Cohen encerrou uma lista de 19 testemunhas convocadas pela acusação durante quatro semanas. Entre eles, vários intermediários que citaram outras transações para evitar escândalos, como o ex-editor de tabloides David Pecker, que afirmou ter trabalhado com Trump e Cohen.

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