Quase 20% dos adultos dos Estados Unidos viram-se afetados economicamente por catástrofes naturais no ano passado, informou nesta terça-feira (21) o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o que supõe um aumento de quase 50% em comparação com 2022.

O informe anual do Fed sobre o bem-estar econômico das famílias revelou que 19% dos adultos declararam que se viram afetados economicamente por desastres naturais ou fenômenos meteorológicos graves, como inundações e incêndios florestais, nos últimos 12 meses.

As maiores mudanças foram registradas no oeste do país, onde o percentual de pessoas que indicaram ter sofrido um impacto financeiro por causa de desastres naturais quase dobrou.

No sul, que inclui estados propensos a furacões como a Flórida, quase um quarto de todos os entrevistados disseram que se viram afetados economicamente por catástrofes naturais, enquanto apenas 13% o fizeram no nordeste.

Em seu relatório, o banco central americano assinalou que algumas das pessoas com maior risco de sofrer catástrofes naturais também tinham menos probabilidades de contar com um seguro residencial.

"Os proprietários com renda mais baixa, os que vivem no Sul e os que já se viram afetados economicamente por uma catástrofe natural tinham menos probabilidades de possuir um seguro residencial", revela o documento.

O número de adultos americanos com bom desempenho financeiro permaneceu relativamente inalterado, 72% em 2023, segundo o Fed.

Mas esse indicador esconde uma mudança importante: entre os pais que vivem com filhos menores de 18 anos, apenas 64% afirmaram que sua situação econômica era pelo menos boa, cinco pontos percentuais a menos que em 2022.

O informe também destacou que o cuidado dos filhos supõe uma "parte substancial do orçamento familiar para os pais que recorrem a serviços particulares", pois isso costuma custar o equivalente a entre 50% e 70% das despesas familiares mensais com o lar.

A inflação continuou sendo a principal preocupação financeira dos americanos em 2023, disse o Fed, apesar de uma forte moderação do aumento dos preços desde 2022, quando alcançou um máximo de várias décadas.

Mais de um terço dos americanos reportaram a inflação como um desafio financeiro, com muitos entrevistados mencionando o custo dos alimentos como uma preocupação.

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