As famílias de cinco mulheres soldados israelenses retidas na Faixa de Gaza autorizaram, nesta quarta-feira (22), a divulgação pelos meios de comunicação de imagens que mostram o momento de seu sequestro em uma base militar no dia 7 de outubro.

No trecho de pouco mais de 3 minutos, extraído de um vídeo de duas horas filmado com uma câmera GoPro por combatentes do Hamas, segundo as famílias, é possível ver as jovens, algumas com sangue no rosto, sentadas no chão de pijama com as mãos atadas atrás das costas.

Algumas tentam falar em inglês, com expressão de terror e implorando. Depois, os homens do Hamas as levam entre gritos e sons de rajadas de tiros até um jipe militar.

"É hora de agir ou o sangue da minha irmã e dos outros reféns estará nas mãos do governo israelense", afirmou à AFP Sasha Ariev, de 24 anos, irmã de uma das militares, Karina Ariev.

"Agora todo mundo viu essas jovens de pijama capturadas (...), a única vitória é trazê-las de volta rapidamente e vivas", acrescentou.

Para Sasha, a divulgação dessas imagens deveria marcar "uma virada de 180 graus" nas decisões do governo. 

Elas "revelam o tratamento violento, humilhante e traumático ao qual as garotas foram submetidas no dia de seu sequestro", indicou o Fórum de Famílias de Reféns em um comunicado.

"O vídeo, que dura 3 minutos e 10 segundos, foi editado e censurado para excluir as cenas mais perturbadoras, como os numerosos homens e mulheres assassinados na base de Nahal Oz (...), assim como numerosas cenas de extrema brutalidade", especificou o texto.

Mais de 50 soldados morreram em 7 de outubro de 2023 nessa base militar, atacada por comandos do movimento islamista palestino.

Nesse dia, 15 mulheres desarmadas encarregadas de vigiar a fronteira por meio de telas foram assassinadas na base de Nahal Oz, de acordo com o exército israelense. Sete foram tomadas como reféns.

Uma das soldados foi libertada durante uma operação militar israelense e o corpo de outra foi encontrado em Gaza e repatriado para Israel.

Das 252 pessoas sequestradas na data do ataque que desencadeou a guerra entre Israel e Hamas, 124 continuam cativas em Gaza, das quais 37 estariam mortas, segundo o exército.

Imagens de soldados reféns circulam desde o dia do ataque, mas os fragmentos de vídeo divulgados nesta quarta-feira são inéditos. As famílias aceitaram divulgá-los na tentativa de acelerar um processo de negociação que conduza à sua libertação.

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