O governo do Uruguai decretou emergência agropecuária por excesso hídrico em dois departamentos localizados na fronteira com o Brasil, enquanto mais de 2.800 pessoas permaneciam deslocadas devido às cheias causadas pelas tempestades dos últimos dois meses.

O Sistema Nacional de Emergência (Sinae), que iniciou no último dia 7 os balanços diários da situação devido às cheias, reportou nesta quarta-feira (22) 2.861 deslocados em todo o território nacional, dos quais 412 foram levados para abrigos e 2.449 se refugiaram na casa de parentes ou amigos.

"A situação geral se mantém estável, o nível dos cursos de água continua caindo e diminuiu levemente o número de pessoas deslocadas", ressaltou o Sinae. A maioria dos deslocados está em Paysandú, Salto e Artigas, departamentos do oeste do país, afetado pela cheia do rio Uruguai.

O Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) informou que a emergência agropecuária para os departamentos de Rocha e Trinta e Três, no leste do país, vai vigorar por 120 dias e permitir a liberação de fundos nacionais para ajudar produtores.

A decisão do MGAP é anunciada meses após o fim de outra emergência agropecuária, mas por falta d'água. A medida por déficit hídrico vigorou em todo o território nacional de outubro de 2022 a dezembro de 2023.

Entre 2020 e 2023, o Uruguai sofreu uma seca intensa, que levou à declaração de quatro emergências agropecuárias. Segundo estimativas oficiais, os danos e prejuízos diretos ao setor agropecuário somam 1,9 bilhão de dólares (9,8 bilhões de reais).

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