Toda formatura é emocionante. Mas para Alem Hadzic, de 18 anos, a data ficará eternamente marcada em sua vida. Ele foi orador da sua turma no ensino médio na cerimônia de formatura, que aconteceu no mesmo dia do funeral do seu pai, Miralem. A mãe de Alem estava na plateia, registrou o momento e compartilhou nas redes sociais, viralizando rapidamente.
O americano começou o discurso homenageando os colegas, ressaltando o esforço de cada um na escola. Mas, ao término de sua participação, contou o que estava passando. “Tenho mais uma coisa a dizer: quero ver se consigo superar isso. Meu pai morreu ontem, 15 de maio de 2024, e eu compareci ao funeral dele hoje, pouco antes da formatura. É por isso que meus sapatos estão enlameados, é por isso que meus braços estão tremendo, porque tive que carregá-lo para o túmulo e enterrá-lo”, disse, segurando o choro.
“Eu não posso ficar aqui e fingir que quero fazer esse discurso agora, mas não posso jogar fora algo que ele trabalhou tanto para eu conseguir. E é por isso que vou para a faculdade e vou passar cada hora de cada dia trabalhando o máximo que puder para alcançar todos os meus objetivos, porque é isso que ele queria e vou fazer isso por ele”, prometeu. O jovem começa a faculdade de Engenharia Química na Universidade do Texas no segundo semestre.
Por fim, ele encorajou que os colegas olhassem para seus entes queridos. “Vocês podem procurá-los, como eu faria pelo meu pai ou pelo resto da minha família. Obrigado”, finaliza, visivelmente abalado. Alem foi aplaudido de pé em seguida.
Miralem Hadzic foi diagnosticado com câncer apenas cinco meses antes da formatura, e seu filho só tinha contado que ele havia falecido a alguns de seus amigos mais próximos. “Hadzic optou por manter isso em segredo de seus colegas, não querendo que ninguém o tratasse de maneira diferente por causa disso”, disse o Distrito Escolar Independente do Ramo Carrolton Farmers, onde a escola fica localizada.
Em entrevista à FOX 4, Alem contou que o discurso o ajudou a lidar com o turbilhão de emoções com que ele estava lidando. “Fui ao funeral, voltei para a escola e tive que fazer meu discurso. Não pude simplesmente falar o que tinha escrito porque muito mais coisas aconteceram desde então. E então subi no palco. Comecei lendo o roteiro e quando cheguei à parte sobre meu pai, não conseguia mais simplesmente ler o roteiro, tive que falar sobre minha experiência e falar com o coração", revelou.
"Cheguei lá. Fiz meu discurso. Olhei para a plateia e não esperava ver tanta gente chorando", resume. Segundo o jovem, amigos e familiares de seus colegas lhe deram apoio após a cerimônia. "Eu não conhecia nenhum deles, mas eles vieram até mim. Eles me fizeram sentir melhor. Eles queriam tirar fotos comigo. Eles me disseram o quão forte eu era e isso me fez sentir muito melhor. Isso me fez sentir tão bem em um dia tão sombrio. Era realmente o que eu precisava", agradeceu.