A Índia retoma neste sábado (25) suas eleições gerais de seis semanas com votações na capital, das quais vão participar os principais opositores do primeiro-ministro Narendra Modi, que denunciam uma campanha judicial que os tem como alvo.
Essa é a penúltima das sete fases em que se dividiram as eleições no país mais populoso do mundo, onde mais de 968 milhões de eleitores foram convocados. A última fase será em 1º de junho e os resultados devem ser anunciados três dias depois.
O chefe do governo nacionalista hindu, 73 anos, mantém índices elevados de popularidade após uma década no poder, e seu partido, o Bharatiya Janata (BJP), perfila-se para uma terceira vitória eleitoral. Suas perspectivas foram reforçadas por várias investigações judiciais contra seus adversários, que preocuparam o comissário de direitos humanos da ONU, Volker Turk, e ONGs.
- Alerta para o calor -
As eleições chegam neste sábado à capital, Nova Délhi, e aos estados vizinhos, onde a agência meteorológica nacional emitiu um alerta vermelho devido a temperaturas que podem chegar aos 44ºC.
Até agora, a participação nas eleições caiu vários pontos em relação a 2019, um retrocesso que analistas atribuem à esperada vitória de Modi e às altas temperaturas na Índia nas últimas semanas.
Na capital, votarão tanto Arving Kerjiwa quanto outro opositor de destaque, Rahul Gandhi, que também integra a coalizão criada contra o premiê. Herdeiro de uma dinastia que dominou a política indiana por décadas, e filho, neto e bisneto de primeiros-ministros, Gandhi foi condenado por difamação no ano passado, após uma denúncia de um membro do partido de Modi.
A pena de dois anos de prisão levou à sua inabilitação parlamentar, até que o veredicto foi suspenso por uma instância superior. Gandhi também denunciou que seu partido não tinha dinheiro para a campanha, depois que autoridades congelaram suas contas bancárias em fevereiro, devido a uma disputa fiscal.
Opositores e ativistas internacionais alertam há tempos para o declínio democrático na Índia. O centro de reflexão americano Freedom House apontou neste ano que o BJP "usa cada vez mais as instituições do governo contra opositores políticos".
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