Reconhecer o Estado da Palestina é fazer "justiça para os palestinos" e "a melhor garantia de segurança para Israel", afirmou neste domingo (26) o ministro espanhol de Relações Exteriores, José Manuel Albares, ao lado do primeiro-ministro palestino, Mohamed Mustafa, em Bruxelas.

"O povo palestino [...] tem direito a ter um Estado, assim como o povo de Israel tem esse direito", declarou o ministro durante uma conferência de imprensa ao lado de Mohamed Mustafa, que qualificou a decisão da Espanha de reconhecer o Estado da Palestina como um "grande impulso" para a paz e a estabilidade na região.

A Espanha, que trabalha há meses para conseguir o apoio de outras capitais, tomou esta decisão juntamente com a Irlanda e a Noruega, que não pertence à UE.

Os três países reconhecerão um Estado palestino a partir de terça-feira, 28 de maio.

"Queremos que todos os países da Europa façam o mesmo", ressaltou o primeiro-ministro palestino.

A questão divide a União Europeia, que não consegue encontrar uma posição comum desde o início da guerra em Gaza.

Mohamed Mustafa viajará para Madri na quarta-feira, onde será recebido pelas autoridades espanholas "de igual para igual", segundo Albares, um dia depois de a Espanha reconhecer o Estado da Palestina.

Os dois homens reiteraram seu apelo por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, e Mustafa insistiu para que a comunidade internacional o "exija" agora.

Em seguida, Mustafa se encontrou com o alto representante da diplomacia da UE, Josep Borrell, que destacou a importância de uma Autoridade Palestina com capacidade operacional real.

"Penso que uma Autoridade Palestina funcional também é do interesse de Israel, porque para alcançar a paz precisamos de uma Autoridade Palestina forte, não mais frágil", disse.

Mustafa afirmou que sua prioridade é apoiar os palestinos em Gaza, especialmente através de um cessar-fogo, e depois "reconstruir as instituições da Autoridade Palestina" nesse território, controlado de fato pelo grupo islamista Hamas desde 2007.

A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando comandos do Hamas mataram mais de 1.170 pessoas, em sua maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, na qual morreram até o momento 35.984 palestinos, em sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo movimento islamista.

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