Israelenses se protegendo durante disparos de foguetes perto de Herzliya no domingo -  (crédito: Getty Images)

Israelenses se protegendo durante disparos de foguetes perto de Herzliya no domingo

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Dezenas de pessoas foram mortas ou ficaram feridas na explosão que atingiu no domingo (26/5) um campo de refugiados na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde do território palestino, administrado pelo Hamas.

Vídeos do incidente mostram uma grande explosão e fortes chamas consumindo o local.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que tinham como alvo dois alto líderes do Hamas em um dos complexos do grupo, e que analisariam os relatos de que o fogo se espalhou para abrigos, ferindo civis.

 

O ataque ocorreu horas depois de o Hamas ter disparado oito foguetes a partir de Rafah em direção a Tel Aviv — os primeiros ataques de longo alcance à cidade israelense desde janeiro.

Em comunicado divulgado após a explosão em Gaza na noite de domingo, as FDI disseram que "eliminaram" duas figuras importantes do Hamas — Yassin Rabia e Khaled Nagar — em um ataque aéreo "preciso" "no noroeste de Rafah".

 

 

As FDI acrescentaram que haviam mirado nos militantes do Hamas com armas de precisão.

As autoridades do Hamas afirmaram, por sua vez, que 35 pessoas haviam sido mortas e dezenas ficaram feridas em um acampamento para palestinos desalojados a noroeste de Rafah, longe das recentes operações militares, em uma zona humanitária designada como segura.

Eles disseram que mulheres e crianças estão entre os mortos.

 

 

O número de mortos provavelmente vai aumentar à medida que as operações de busca e resgate avançam no bairro de Tal al-Sultan, em Rafah, a cerca de 2 km a noroeste do centro da cidade, informou um porta-voz da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino citado pela agência de notícias Associated Press.

Uma testemunha contou à agência de notícias Reuters que todo o bairro de Tal Al-Sultan havia sido "queimado".

Outra testemunha, Fadi Dukhan, disse que estava sentado à porta de uma casa quando ouviu uma explosão.

"De repente ouvimos o som de um míssil", afirmou ele à Reuters.

"Corremos e encontramos a rua coberta de fumaça. Não vimos nada."

Ao entrar em uma casa, ele acrescentou, não havia ninguém lá dentro, mas depois ele encontrou "uma menina e um rapaz que tinham sido cortados em pedaços".

No início de domingo, sirenes de ataque aéreo soaram na região de Tel Aviv, quando o centro de Israel foi atacado por foguetes do Hamas, disparados a partir de Rafah.

Os oito foguetes foram interceptados por sistemas de defesa aérea ou caíram em campos.

 

 

Israel prosseguiu com a ofensiva militar em Rafah, apesar de a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ter determinado na sexta-feira que o país interrompa os ataques.

O disparo de foguetes destaca a ameaça que o Hamas ainda representa para a população em Israel, embora não tenha havido relatos de feridos.

Ilustra também os desafios que o Exército israelense enfrenta à medida que avança no sul de Gaza para expulsar o Hamas daquilo que chama de seu "último grande reduto".

Dois homens deitados no chão, ao lado de carro, se protegendo
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Israelenses se protegendo durante disparos de foguetes perto de Herzliya no domingo

O braço militar do Hamas disse ter agido em resposta ao "massacre de civis".

O ataque com foguetes ocorreu às vésperas de novas negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que devem ser retomadas na próxima semana.

Israel iniciou a tão anunciada ofensiva em Rafah há cerca de três semanas, prometendo destruir os batalhões restantes do Hamas.

Acredita-se que reféns israelenses também estejam sendo mantidos na cidade.

Mais de 800 mil palestinos fugiram de Rafah desde o início da ofensiva, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Cerca de 1,5 milhão de pessoas haviam se refugiado lá dos combates  em outras partes de Gaza.

A campanha militar de Israel em Gaza começou depois que homens armados liderados pelo Hamas atacaram Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1,2 mil pessoas e levando outras 252 para Gaza como reféns.

Quase 36 mil palestinos foram mortos na guerra desde então, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.