A China injetou mais de 47 bilhões de dólares (cerca de R$ 242 bilhões na cotação atual) em um fundo de investimento para fortalecer a sua indústria de circuitos integrados, com o objetivo de aumentar a sua autonomia neste setor, segundo uma base de dados consultada pela AFP nesta segunda-feira (27).

Os chips feitos de materiais semicondutores são essenciais para muitos produtos da economia moderna, desde televisões e carros até armas, telefones e a inteligência artificial. 

Estes componentes estão no centro de uma rivalidade acirrada entre a China e os Estados Unidos pela sua miniaturização e pelo abastecimento de um setor altamente estratégico.

Nos últimos anos, Washington colocou empresas chinesas em sua lista negativa para excluí-las das cadeias de fornecimento de tecnologia americanas e reforçou as restrições à exportação de microchips para a China. 

Desde então, o gigante asiático tenta acelerar o desenvolvimento dos seus circuitos integrados, cujo desempenho ainda é inferior ao dos produzidos pelos Estados Unidos, entre outros.

O Ministério das Finanças chinês, bancos estatais e várias empresas injetaram 344 bilhões de yuanes (47,48 bilhões de dólares) em um fundo nacional, de acordo com a base de dados Tianyancha, que compila informações na China sobre as empresas.

A fabricação de chips é extremamente complexa e envolve muitos países. 

Muitas etapas dependem dos Estados Unidos, assim como dos Países Baixos e do Japão, cujas empresas detêm praticamente o monopólio da produção de máquinas de litografia, indispensáveis para a miniaturização de chips em folhas finíssimas de silício. 

Isto dá uma vantagem maior a estes três países que têm uma influência considerável na produção mundial. 

Os Países Baixos juntaram-se recentemente aos Estados Unidos e ao Japão para restringir a exportação à China de equipamentos avançados de fabricação de chips.

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