Autoridades hondurenhas exumaram sete ossos de sepulturas clandestinas no norte do país, que seriam de pessoas assassinadas pelos temidos membros de gangues, informou à AFP, nesta segunda-feira (27), um porta-voz da polícia. 

"Foram encontradas sepulturas clandestinas na área de Lomas del Carmen", na cidade de San Pedro Sula, 180 quilômetros ao norte de Tegucigalpa, e "presume-se que estejam por trás" dos crimes as gangues”, disse o porta-voz da Agência de Investigação Criminal (ATIC), Jorge Galindo. 

Segundo Galindo, “foram encontradas quatro na semana passada e três hoje [segunda-feira], mas presume-se que o número de pessoas enterradas possa ser de 15 ou mais e as buscas continuam”, acrescentou. 

O porta-voz destacou que os corpos podem pertencer a pessoas que se recusaram a sair de suas residências, já que os bandidos obrigam os moradores de alguns bairros a deixarem suas casas para assumi-las e coordenarem “ações ilícitas” a partir delas. 

O responsável explicou que a data em que estas pessoas foram assassinadas será conhecida “após a análise” dos ossos na Direção de Medicina Forense. 

Honduras, um dos países mais violentos da América Central, teve uma taxa de 34 homicídios por 100 mil habitantes em 2023, quase seis vezes a média mundial, embora tenha atingido 79 em 2019. 

Dezenas de milhares de membros de gangues aterrorizam bairros nas principais cidades hondurenhas, assassinando, extorquindo e causando deslocamentos forçados. 

De acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), "apesar de o governo reconhecer o deslocamento forçado em 2013 [como um crime], não foram adotadas políticas públicas para responder de forma abrangente às necessidades persistentes das pessoas" afetadas pelo problema.

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