O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, suspendeu a participação de seu país, aliado próximo da Rússia, do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (FCE) que limita os efetivos e equipamentos militares neste continente.

O decreto, firmado por Lukashenko em 24 de maio, foi publicado nesta quarta-feira no boletim oficial de informações jurídicas desta ex-República Soviética, fronteiriça com Rússia e Ucrânia.

Belarus não participa diretamente da operação militar de Moscou na Ucrânia mas permitiu que o Exército russo utilizasse seu território para lançar sua ofensiva em fevereiro de 2022.

Após sua questionada reeleição em 2020, Lukashenko, que está há quase três décadas no poder, seguiu os passos de Moscou, que fornece apoio financeiro, militar e diplomático a seu governo.

A Rússia suspendeu unilateralmente sua participação no tratado FCE em dezembro de 2007.

O pacto, firmado em 1990, fixa limites aos efetivos e equipamentos militares (tanques, aviões, artilharia) do Atlântico aos Urais, e prevê que os países membros troquem informações e realizem inspeções mútuas. 

Na época, a Rússia considerou o tratado anacrônico e disse que decidiu retirar-se porque os países ocidentais signatários, especialmente os membros da Otan, recusaram-se a ratificar a nova versão do tratado, adotada em Istambul em 1999. 

Segundo Moscou, estes países impuseram como condição o respeito a outros acordos sobre a retirada das tropas russas da Transnístria, na Moldávia, e das repúblicas separatistas da Geórgia. 

Em maio de 2023, o presidente russo, Vladimir Putin, oficializou a retirada de seu país do tratado FCE.

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