A Justiça espanhola rejeitou, nesta quarta-feira (29) um pedido do Ministério Público que recomendava encerrar a investigação por corrupção contra a esposa do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, por não ter encontrado elementos "suficientes" para justificar sua continuidade. 

"Existem indícios a respeito da suposta execução de um crime, que são mais do que simples suspeitas e são suficientes" para que a investigação preliminar continue, indicou um tribunal de Madri em um auto ao qual a AFP teve acesso. 

A decisão, adotada apesar do recente relatório da Guarda Civil que não viu crime, vai contra o pedido do Ministério Público, que, em 25 de abril, havia solicitado "o arquivamento do processo". 

O veredicto do tribunal é um revés político para Sánchez, já que a oposição de direita afirma que essa investigação reforça suas acusações de corrupção contra o socialista e seu governo. 

A investigação contra Begoña Gómez por suposta corrupção e tráfico de influência foi aberta após uma denúncia de um coletivo próximo à extrema direita, Manos Limpias (Mãos Limpas), que admitiu que se baseou unicamente em artigos da imprensa. 

De acordo com o El Confidencial, que revelou essa investigação, os inquéritos se concentram nos supostos vínculos de Gómez com o grupo de turismo espanhol Globalia, proprietário da companhia aérea Air Europa, quando esta última estava em negociações com o governo para seu resgate.

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