Um tribunal russo da cidade de Kazan prorrogou, nesta sexta-feira (31), até 5 de agosto a prisão preventiva da jornalista russa-americana Alsou Kurmasheva, disse à AFP uma porta-voz judicial. 

Kurmasheva, que tem 47 anos e trabalhava para a Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL), foi detida na Rússia em outubro de 2023 por não se registrar como “agente estrangeira”, qualificação que implica uma grande série de limitações administrativas. 

Segundo o veículo em que trabalhava, ela também é acusada de divulgar “informações falsas” sobre o Exército russo, o que pode levar a até 15 anos de prisão. Uma acusação “infundada”, segundo a RFE/RL. 

Nesta sexta-feira, “a sua prisão provisória foi prorrogada até 5 de agosto” em uma audiência a portas fechadas, declarou por telefone Rumia Mubarakzanova, porta-voz do tribunal soviético em Kazan, no sul do país.

Kurmasheva, que vivia em Praga com o marido e duas filhas adolescentes, viajou para a Rússia para visitar a avó doente, mas não pôde deixar o país porque as autoridades confiscaram os seus passaportes russo e americano. 

Segundo a imprensa russa, as acusações de difusão de “informações falsas” sobre o Exército baseiam-se na sua participação na publicação de um livro com depoimentos de russos que se opõem à ofensiva na Ucrânia. 

Washington acusa Moscou de prender injustificadamente cidadãos americanos e depois trocá-los por russos presos em países ocidentais.

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