A agência de inteligência sul-coreana informou, nesta sexta-feira (3), que Pyongyang planeja ataques "terroristas" contra os seus responsáveis e cidadãos no exterior, um dia depois de o Ministério das Relações Exteriores sul-coreano ter elevado o nível de alerta para as missões diplomáticas em cinco países. 

O Serviço Nacional de Inteligência indicou que "detectou inúmeros indícios de que a Coreia do Norte está preparando ataques terroristas" contra o seu pessoal diplomático e os seus cidadãos "em vários países como a China, ou no sudeste asiático e no Oriente Médio". 

"A Coreia do Norte enviou agentes para estes países para expandir a vigilância das embaixadas sul-coreanas e também realiza atividades específicas, como a busca de cidadãos sul-coreanos como possíveis alvos terroristas", acrescentou o serviço.

A agência de espionagem observou que este plano parece estar relacionado com uma onda de deserções da elite norte-coreana que ficou bloqueada no exterior durante a pandemia de covid-19. 

Na Coreia do Norte, a deserção é um crime gravíssimo e acredita-se que punições severas sejam impostas a quem tenta fazê-lo, a seus familiares e até mesmo a pessoas tangencialmente relacionadas à fuga. 

"O fim da pandemia permite que agentes norte-coreanos, anteriormente confinados no seu país, viajem ao exterior para realizar missões", disse à AFP Lee Man-jong, presidente da Associação Coreana para Estudos do Terrorismo.

Na quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul aumentou o nível de alerta antiterrorista em cinco missões diplomáticas: as embaixadas no Camboja, Laos e Vietnã e os consulados em Vladivostok na Rússia e Shenyang na China. 

Nestes cinco locais, tanto Seul como Pyongyang têm embaixadas ou consulados. 

A Coreia do Norte mantém relações diplomáticas com mais de 150 países, segundo o Ministério da Unificação de Seul, mas o número de missões estrangeiras operacionais foi reduzido desde 1990 por razões financeiras.

No ano passado, Pyongyang fechou várias missões diplomáticas em locais como Angola, Uganda, Espanha e Hong Kong, uma decisão que Seul atribuiu a uma situação econômica ruim. 

Segundo a Coreia do Sul, 196 desertores norte-coreanos chegaram ao país no ano passado, dos quais cerca de 10 pertencem à elite, como diplomatas e possivelmente os seus filhos.

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