O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta segunda-feira (6/5) a realização "em um futuro próximo" de exercícios nucleares, em resposta às declarações dos governantes de potências ocidentais sobre a possibilidade de envio de soldados à Ucrânia.

 

Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Putin menciona a possibilidade de recorrer às armas nucleares. 

 

O Ministério da Defesa russo anunciou em um comunicado, publicado no Telegram, a organização de exercícios "para o treinamento da preparação e uso de armas nucleares não estratégicas", que podem ser utilizadas no campo de batalha e disparadas sobre mísseis.  

 



 

O Kremlin afirmou que os exercícios são uma resposta às declarações de líderes das potências ocidentais sobre a possibilidade de enviar tropas à Ucrânia.

 

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, denunciou que autoridades falem sobre a "intenção de enviar contingentes armados para a Ucrânia, ou seja, de colocar soldados da Otan diante das Forças Armadas russas".

 

Peskov mencionou o presidente francês, Emmanuel Macron, cuja retórica chamou de "muito perigosa", assim como declarações de funcionários de alto escalão dos governos do Reino Unido e Estados Unidos. 

 

Na semana passada, Macron reiterou a posição sobre o possível envio de tropas à Ucrânia, que já havia mencionado em fevereiro. 

 

"Se os russos conseguirem romper as linhas da frente, se houver um pedido ucraniano – o que não é o caso hoje – deveríamos levantar legitimamente a questão", disse o presidente francês.

 

Aeronáutica e Marinha

 

Os exercícios, ordenados por Putin, incluirão a Aeronáutica, a Marinha e as Forças do Distrito Militar do Sul, que têm sede muito perto da Ucrânia e abrangem as regiões ucranianas que Moscou alega ter anexado, segundo o Ministério da Defesa. 

 

A data e o local dos exercícios não foram revelados.

 

A doutrina nuclear russa prevê o uso "estritamente defensivo" de armamento nuclear em caso de ataque ao país com armas de destruição em massa ou em caso de agressão com armas convencionais "que ameacem a existência do Estado".

 

Em outubro do ano passado, a Rússia anunciou que Putin supervisionou lançamentos de mísseis balísticos durante manobras militares que pretendiam simular um "ataque nuclear em larga escala" por parte de Moscou. 

 

No campo de batalha, o Exército russo reivindicou a conquista de mais duas localidades, no leste e nordeste da Ucrânia, onde as tropas de Moscou registraram vários avanços nos últimos meses.

 

O Ministério da Defesa russo informou que seus soldados "libertaram" as localidades de Kotlyarivka, no nordeste, e Soloviove, na região de Donetsk, no leste, perto da cidade de Ocheretybe, cuja captura Moscou reivindicou no domingo.

 

A Rússia está na ofensiva desde o fracasso da grande contraofensiva iniciada pela Ucrânia em meados de 2023, beneficiada pelo desgaste do Exército de Kiev, que enfrenta dificuldades para recrutar novos soldados para bloquear a operação militar de Moscou.

 

Ao menos seis pessoas morreram nesta segunda-feira e 35 ficaram feridas em um bombardeio ucraniano com drones na região russa fronteiriça de Belgorod, onde os ataques das forças de Kiev são frequentes, informou o governador Viacheslav Gladkov. 

 

Comitê de Investigação da Rússia anunciou a abertura de um inquérito.


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