Cerca de 600 mil crianças concentradas na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enfrentam "uma nova catástrofe", depois de Israel ter ordenado uma evacuação antes de lançar uma invasão terrestre há muito tempo ameaçada, alertou a Unicef nesta segunda-feira (6). 

"Dada a elevada concentração de crianças em Rafah (...) a Unicef alerta para uma nova catástrofe para elas, uma vez que as operações militares vão causar um grande número de vítimas civis e destruirão totalmente os poucos serviços básicos e infraestruturas de que necessitam para sobreviver", declarou a agência da ONU para a infância em um comunicado. 

A juventude de Gaza já está "à beira da sobrevivência" e muitos em Rafah – onde, segundo a agência, a população aumentou para 1,2 milhão de pessoas, metade crianças – já foram deslocados várias vezes e não têm para onde ir, enfatizou. "Mais de 200 dias de guerra tiveram um impacto inimaginável na vida das crianças", disse a diretora executiva da Unicef, Catherine Russell. 

"Rafah é agora uma cidade de crianças, que não têm nenhum lugar seguro para ir em Gaza", declarou ela, alertando que uma operação militar em grande escala por parte de Israel traria "caos e pânico, em um momento em que o estado mental e físico (das crianças) já está debilitado". 

A Unicef estima que a população de Rafah aumentou quase cinco vezes em relação ao número de antes da guerra, quando tinha cerca de 250.000 habitantes. 

Depois de apelar novamente a um cessar-fogo e ao acesso seguro para as organizações humanitárias, a agência destacou que existem cerca de 78 mil bebês com menos de dois anos de idade abrigados na cidade, juntamente com 175 mil crianças que têm menos de cinco anos e são afetadas por doenças infecciosas.

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