A diretora-executiva da agência da ONU contra a Droga e o Crime (UNODC), Ghada Waly, afirmou, nesta segunda-feira (6), que a ameaça do crime organizado aumentou "de forma abrupta e alarmante" no Equador, onde o escritório estabeleceu uma nova filial.
"Nestes últimos meses, a ameaça representada pelas gangues e grupos criminosos no Equador intensificou-se de forma abrupta e alarmante, minando a paz e a prosperidade", disse Waly em uma conferência de imprensa em Quito nesta segunda-feira, quando inaugurou a nova sede.
A expansão do tráfico de drogas, especialmente de cocaína, "desencadeou a competição criminosa [...] desatando violência nas ruas e prisões do Equador", acrescentou.
De acordo com a UNODC, pelo menos 80% dos homicídios no Equador são atribuídos ao crime organizado.
Desde fevereiro de 2021, quando a violência nas prisões eclodiu, cerca de 460 detentos morreram em massacres.
A taxa de homicídios atingiu um recorde de 43 por 100 mil habitantes em 2023, enquanto em 2018 era de 6, segundo números oficiais.
Neste contexto, a agência estabeleceu um escritório em Quito com o objetivo de "intensificar o apoio" na luta contra o narcotráfico no país, onde cerca de 220 toneladas de drogas foram apreendidas no ano passado.
Localizado entre a Colômbia e o Peru - os maiores produtores mundiais de cocaína - o Equador deixou de ser uma ilha de paz há anos e se tornou um centro logístico para o envio de drogas, principalmente cocaína, para a Europa e os Estados Unidos.
A chanceler equatoriana, Gabriela Sommerfeld, afirmou que o plano de compromissos com a UNODC tem seis pilares que incluem o combate à corrupção nos portos, o combate à lavagem de dinheiro, o reforço da segurança marítima e fluvial e a cooperação internacional.
"A UNODC tem sido um ator-chave para o Equador com o qual podemos contar para recuperar a paz", disse Sommerfeld.
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