Os países da União Europeia (UE) chegaram a um acordo "em princípio" para atribuir à Ucrânia os lucros dos ativos russos congelados, anunciou nesta quarta-feira (8) a presidência semestral do bloco de 27 países, ocupada momentaneamente pela Bélgica. 

"Este dinheiro servirá para apoiar a recuperação e a defesa militar da Ucrânia no contexto da agressão russa", afirmaram os dirigentes belgas na rede social X. 

Também na X, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou o "acordo político de hoje sobre nossa proposta de usar os lucros dos ativos russos congelados para a Ucrânia" e disse que "não poderia haver um símbolo mais forte ou melhor utilização desse dinheiro do que tornar a Ucrânia e toda a Europa um lugar mais seguro para se viver". 

O uso de ativos russos bloqueados na UE é objeto de uma controvérsia de longa data.O total de bens russos congelados é estimado em cerca de 210 bilhões de euros (R$ 1,1 trilhão) e gera lucros anuais de cerca de 2,5 bilhões de euros (R$ 13,6 bilhões). 

A Ucrânia pede à UE que tenha acesso a todos os ativos bloqueados, enquanto a Rússia denuncia um "roubo". Temendo uma avalanche de reclamações judiciais, a UE discute o uso dos lucros gerados por esses ativos bloqueados. 

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, propôs que 90% destes recursos fossem para o Fundo Europeu de Apoio à Paz (FEAP), que o bloco utiliza para financiar a compra de armas para a Ucrânia. 

Os 10% restantes seriam destinados para financiar a indústria de defesa ucraniana e a reconstrução do país. 

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