Com bandeiras e cartazes em apoio ao povo palestino, milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (11) em Madri pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza e o rompimento de relações com Israel.

Reunindo cerca de 4.000 pessoas, segundo a delegação do governo em Madri, a marcha foi convocada por 30 coletivos para lembrar o próximo aniversário da Nakba ("catástrofe", em árabe), que para os palestinos faz referência ao êxodo de 760.000 pessoas durante a guerra de 1948 após a criação do Estado de Israel.

Durante o percurso, várias faixas contra o "genocídio" em Gaza foram vistas, encorajando a "resistência" do povo palestino frente às operações militares israelenses.

"Eles obrigaram as pessoas a se aglomerarem no sul da Faixa de Gaza (...) e agora estão deslocando-as de um lugar para outro, quando não há nenhum lugar seguro", lamentou uma ativista a favor dos palestinos, Jaldia Abubakra, de 57 anos, sobre as recentes ordens do exército israelense para evacuar mais bairros da cidade de Rafah.

Nos últimos dias, estudantes de várias universidades espanholas organizaram acampamentos pacíficos em alguns campi de Madri, Barcelona e Valencia, juntando-se ao movimento de protesto que ganhou força nos Estados Unidos e se expandiu para outros países.

A Conferência de Reitores espanhóis afirmou nesta semana que se comprometia a "revisar e, se necessário, suspender" os acordos de colaboração com universidades e centros de pesquisa israelenses "que não tenham expressado um firme compromisso com a paz e o cumprimento do direito internacional humanitário".

A Espanha é um dos países da União Europeia mais críticos em relação à forma como Israel está conduzindo suas operações militares na Faixa de Gaza.

O governo do socialista Pedro Sánchez pretende reconhecer o Estado palestino simultaneamente com a Irlanda e a Eslovênia em 21 de maio, conforme adiantou durante esta semana o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

A guerra atual eclodiu em 7 de outubro com uma incursão de milicianos islamistas do Hamas que mataram 1.170 pessoas e capturaram 250, na sua maioria civis, no sul de Israel, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses.

A ofensiva de retaliação de Israel deixou até agora 34.971 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

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