Melinda Gates anunciou, nesta segunda-feira (13), que deixará a fundação filantrópica que criou há mais de 20 anos com seu ex-marido, Bill Gates, o fundador da Microsoft, mas continuará seu trabalho humanitário de forma individual.
"Após uma cuidadosa reflexão, decidi renunciar ao cargo de copresidente da Fundação Bill & Melinda Gates", escreveu Melinda em uma mensagem postada nas redes sociais, acrescentando que a renúncia se tornará efetiva em 7 de junho.
"Não foi uma decisão fácil", acrescentou Melinda, de 59 anos. "Estou imensamente orgulhosa da fundação que Bill e eu construímos juntos e do trabalho extraordinário que ela realiza ao abordar as desigualdades ao redor do mundo".
Melinda e Bill Gates, que se conheceram nos primeiros anos da Microsoft, se casaram em 1994 e anunciaram seu divórcio em maio de 2021, levantando uma série de questionamentos sobre o futuro de seus empreendimentos e sua imensa fortuna.
Embora na época tenham afirmado que continuariam juntos à frente da fundação, a partida de Melinda tornou-se uma possibilidade a médio prazo.
Em 7 de julho de 2021, o diretor-executivo da fundação, Mark Suzman, informou que havia estabelecido um plano de contingência para continuar com o trabalho.
"Se após dois anos, algum deles decidir que não pode continuar trabalhando como copresidente, [Melinda] French Gates renunciará ao seu papel como copresidente e fiduciária", explicou o executivo na época.
"Nesse caso, French Gates receberia recursos pessoais de [Bill] Gates para seu trabalho filantrópico. Esses recursos seriam completamente separados do montante da fundação, que não seria afetado", acrescentou.
Nesta segunda, Melinda indicou que, com sua saída, receberá 12,5 bilhões de dólares (R$ 64,25 bilhões, na cotação atual) para dedicar ao seu "trabalho em prol das mulheres e das famílias".
"Este é um momento crucial para as mulheres e meninas nos Estados Unidos e no mundo, e aqueles que lutam para proteger e promover a igualdade precisam de apoio urgente", disse.
Além de seu trabalho na fundação, Melinda Gates estabeleceu em 2015 a Pivotal Ventures, uma organização focada em combater as desigualdades sociais, raciais e de gênero nos Estados Unidos.
- "Fundação Gates" -
Com a saída de Melinda, a instituição passará a se chamar Fundação Gates e Bill será o único presidente, anunciou Suzman nesta segunda-feira.
"Melinda Gates desempenhou um papel crucial no que alcançamos com a Fundação Gates", declarou o diretor-executivo nesta segunda. "Sua visão deixará um legado duradouro".
O anúncio gerou milhares de comentários nas redes sociais, inclusive de personalidades como a ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton.
"Melinda, isso é muito emocionante. Obrigada por tudo que você fez, fico ansiosa para ver o que fará em seguida", reagiu no X.
Em nota publicada nesta segunda nas redes sociais, Bill Gates comentou a saída de sua ex-esposa.
"Lamento ver Melinda partir, mas estou certo de que ela terá um enorme impacto em seu trabalho filantrópico futuro", escreveu. "Olhando para frente, sigo completamente comprometido com o trabalho da Fundação".
A Fundação Bill & Melinda Gates, estabelecida graças à imensa fortuna acumulada após o sucesso da Microsoft, é uma das mais influentes do mundo, com foco na luta contra a desigualdade, questões de saúde e pobreza infantil.
Desde o ano 2000, a instituição já destinou 53,8 bilhões de dólares (R$ 277 bilhões, na cotação atual) para trabalhos humanitários, segundo seu site oficial.
Suzman aproveitou ainda para tranquilizar os parceiros e beneficiários da fundação, que tem conexões em mais de 130 países. "Às milhões de pessoas que nosso trabalho ajuda e aos milhares de parceiros com quem trabalhamos, podem continuar contando com a Fundação", garantiu.
hg-pr/db/nn/ic/mvv