Michael Cohen, ex-homem de confiança de Donald Trump e agora seu grande inimigo, retorna, nesta terça-feira (14), ao tribunal de Nova York para ser interrogado pelos advogados do ex-presidente republicano em seu julgamento sobre os pagamentos, que foram disfarçados como despesas legais, à ex-atriz pornô Stormy Daniels. 

Na segunda-feira, Cohen foi a principal testemunha do julgamento contra Trump em um tribunal de Manhattan, um processo iniciado em meados de abril e o primeiro contra um ex-presidente dos Estados Unidos. 

O advogado, de 57 anos, que prestava serviços ao ex-presidente republicano (2017-2021) antes de se voltar contra ele em 2018, o incriminou durante as cinco horas em que foi interrogado. 

Cohen afirmou que foi ele que pagou Daniels para comprar seu silêncio sobre uma suposta relação sexual com Trump, o que o magnata sempre negou. 

Segundo a Promotoria, os pagamentos foram ocultados e registrados como "gastos legais" na contabilidade da Trump Organization. 

De acordo com a acusação e com Cohen, se tratava de comprar o silêncio de mulheres com as quais o magnata nova-iorquino supostamente mantinha relação extraconjugais. 

O candidato republicano expressou medo pelo efeito "catastrófico" que essas revelações provocariam e o "ódio" de parte do eleitorado feminino nas eleições de 2016 contra Hillary Clinton. 

Cohen, que não nega seu apelido "pitbull", pronto para fazer qualquer coisa por seu ex-chefe, também reconheceu no tribunal ter mentido, intimidado e ameaçado por causa de Trump. 

Nervoso no início, a testemunha descreveu como transferiu 130.000 dólares para Daniels, cujo verdadeiro nome é Stephanie Clifford. 

A mulher, de 45 anos, também é uma das principais testemunhas do processo e, na semana passada, apresentou sua versão detalhada dos fatos. 

Em sua declaração, Cohen também se referiu ao suposto relacionamento de meses de Trump com a modelo da Playboy Karen McDougal. “Certifique-se de que isso não seja divulgado”, ele lembrou que o magnata lhe disse. 

“Eu estava fazendo tudo o que podia e ainda mais para proteger meu chefe, e já fazia isso há muito tempo”, admitiu. 

Ao ouvir as declarações de Cohen, com quem brigou em 2018, Trump permaneceu impassível, concentrado na leitura de artigos de jornal, balançando a cabeça ou falando em voz baixa com seus advogados.

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