O presidente dominicano, Luis Abinader, é um empresário milionário que capitalizou o cansaço da velha política; Leonel Fernández, que esteve no poder por três mandatos, quer retornar ao posto. Os dois se enfrentam em uma eleição de revanche no domingo (19). 

Eles já se enfrentaram em 2020, quando Abinader venceu com uma vitória esmagadora, deixando Fernández em terceiro lugar. 

Dos nove candidatos na disputa, o atual presidente é o favorito para a reeleição nas eleições de domingo, após quatro anos focados em endireitar a economia e combater a migração ilegal haitiana.

- Empresário presidente -

Abinader, 56 anos, é herdeiro de um império familiar voltado para o turismo e o cimento. 

Ele fez sua incursão na política paralelamente à administração do consórcio Abicor, o que lhe permitiu acumular uma fortuna estimada em US$ 75 milhões (quase R$ 395 milhões na cotação atual). Seu pai, José Rafael Abinader, foi secretário de Finanças e senador em governos social-democratas. 

Sua primeira aproximação formal com a política ocorreu em 2005, quando ele queria se tornar senador. 

Em seguida, foi candidato a vice-presidente em 2012 e a presidente em 2016 com o Partido Revolucionário Moderno (PRM), que ele também lidera atualmente. 

Abinader "está aprendendo a governar no processo (...) e isso lhe deu um nível de aprovação que ele não tinha quando chegou ao poder", disse o cientista político Belamiro Ramírez. 

Ele chegou ao cargo com um discurso anticorrupção, mas sua popularidade decolou devido à forma como lidou com a economia, a pandemia de covid-19 e, acima de tudo, seu endurecimento da política em relação ao Haiti. 

Seus partidários o chamam de "presidente da crise" e sua popularidade está em torno de 60%, de acordo com as últimas pesquisas. 

"Ele foi capaz de administrar as crises que surgiram, teve uma política de subsídios e isso ajudou sua popularidade", diz a cientista política Rosario Espinal. 

Nascido em Santo Domingo, de ascendência libanesa, ele é casado e tem três filhas.

- Nova tentativa -

Leonel Fernández, 70 anos, cumpriu três mandatos presidenciais: o primeiro entre 1996 e 2000, e depois dois mandatos consecutivos entre 2004 e 2012. 

Ele agora aspira a uma quarta gestão e, pela segunda vez, enfrenta o mesmo rival: Abinader.

Embora em 2020 ele tenha ficado em terceiro lugar com 8% dos votos, desta vez as pesquisas o colocam como o principal rival do presidente, mas ainda muito atrás (60%-25%). 

Ele promete "um governo de progresso" com 2.024 propostas para transformar a economia e a "justiça social", incluindo o aumento da produção agrícola, que, segundo ele, foi afetada pelo crescimento das importações. 

Fernández, advogado e escritor, foi membro por 46 anos do PLD de esquerda, o partido que o acompanhou durante seus três governos, mas rompeu com a organização em 2019 após perder as primárias, que ele descreveu como fraudulentas. Ele então fundou seu próprio partido, o Força Popular. 

Ele acusa o governo de Abinader de manipular os números do crescimento, embora concorde com a política de deportação de imigrantes sem documentos. 

O governo de Fernández tem grandes projetos de infraestrutura, como o metrô de Santo Domingo. Além disso, ele permitiu o acesso do capital privado às empresas estatais e promoveu um grande crescimento econômico. 

Ele cresceu nos bairros de San Carlos e Villa Juana, na capital. Ele sonhava em ser jogador de beisebol, casou-se duas vezes e tem três filhas.

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