Dois ativistas bascos presos na França em 2016 por posse de armas e explosivos do ETA - que eles diziam querer "neutralizar" para salvar o processo de paz no País Basco - foram considerados culpados nesta quinta-feira (16), mas isentos de punição. 

O ativista Jean Noël Etcheverry e a jornalista aposentada Béatrice Molle foram considerados culpados pelo transporte e posse de armas e explosivos ligados a uma organização considerada terrorista. 

Os dois réus explicaram durante o julgamento que haviam agido para salvar o processo de paz no País Basco. 

O presidente da 16ª câmara do tribunal de Paris, ao ler a sentença, enfatizou que a justificativa dada não negava a existência do crime se ela tivesse impacto na determinação da sentença, razão pela qual eles estavam isentos de punição e de serem registrados na lista de responsáveis por atividades terroristas. 

Os dois haviam sido presos em 16 de dezembro de 2016, juntamente com outras três pessoas, agora falecidas, durante uma operação liderada por investigadores franceses, em cooperação com a Guarda Civil espanhola, na casa de Molle em Luhosoa (sudoeste). 

Em um quarto, as forças policiais encontraram pistolas, metralhadoras, foguetes, rifles de assalto, explosivos e milhares de cartuchos de munição. 

Os réus explicaram que queriam "neutralizar" essas armas, que, segundo eles, representavam 15% do arsenal do ETA (Euskadi Ta Askatasuna), a fim de instar as autoridades a fazer o mesmo. 

"Teríamos preferido a absolvição, mas considerei dispensa de pena como uma forma de vitória, sem alarde", disse Molle.

"Acho que o tribunal manteve a validade dessa ação cujo único objetivo era a paz", acrescentou.

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