Um relatório do Senado americano acusou, nesta segunda-feira (20), os fabricantes alemães BMW e Volkswagen, o britânico Jaguar Land Rover e o sueco Volvo de terem importado aos Estados Unidos veículos com peças que poderiam ser resultado do trabalho forçado da minoria uigur na China.

No âmbito da lei sobre trabalho forçado dos uigures (UFLPA, na sigla em inglês), que entrou em vigor em 2021, os Estados Unidos proíbem a importação de produtos cuja cadeia de abastecimento esteja em parte ligada ao trabalho forçado desta minoria muçulmana na China.

Nesse sentido, os fabricantes presentes no relatório são acusados de incluir peças produzidas por um fornecedor inscrito em uma lista proibida.

O relatório assinala que a BMW produziu e importou veículos com partes "supostamente fabricadas mediante trabalho forçado", enquanto a Jaguar Land Rover importou partes em igual situação.

A VW também fabricou veículos para o mercado americano com esses componentes, e mantém relações "de negócios" com fornecedores da região chinesa de Xinjiang, diz o documento.

O governo chinês é acusado de encarcerar cerca de um milhão de uigures e membros de outras minorias muçulmanas em instalações em Xinjiang, embora suas autoridades neguem.

A BMW é particularmente destacada, acusada de ter importado milhares de veículos com conhecimento de causa, entre eles mais de 8.000 Mini Coopers, o que só foi interrompido após pressão do comitê do Senado, diz o texto.

"A Volkswagen leva seriamente em conta as acusações de violações dos direitos humanos e está determinada a impedir qualquer uso de trabalho forçado em nossa cadeia de abastecimento", declarou à AFP um porta-voz do grupo alemão.

"Atuamos rapidamente e de forma responsável para substituir a peça [proveniente do fornecedor proibido] e respeitar a UFLPA", acrescentou.

A lei de 2021, votada de forma praticamente unânime no Congresso dos Estados Unidos, proíbe importar produtos de Xinjiang a menos que as empresas consigam comprovar que sua produção não inclui trabalho forçado.

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