Rudy Giuliani, o ex-advogado pessoal de Donald Trump acusado de fazer parte de um plano para reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos a favor do republicano, rechaçou, nesta terça-feira (21), as acusações contra si em uma audiência judicial no Arizona.

Giuliani, de 79 anos, compareceu virtualmente perante a Justiça de Phoenix responsável pelo caso. 

O ex-prefeito de Nova York é acusado de difundir informação falsa alegando que houve irregularidades na votação de 2020 no Arizona, um campo de batalha-chave nas eleições americanas, e de pressionar as autoridades para mudar o resultado que deu a presidência ao democrata Joe Biden. 

A Justiça ordenou Giuliani a comparecer pessoalmente nos próximos 30 dias e depositar uma fiança de 10.000 dólares (R$ 51.000), depois de semanas evadindo à Justiça, informou o procurador assistente do Arizona, Nicholas Klingerman.

Giuliani é um dos 18 acusados pelo caso, e sua audiência segue à de John Eastman, advogado acusado de ser o arquiteto do plano para alterar o resultado eleitoral, e que se declarou não culpado na sexta-feira. 

Também figuram na lista o outrora chefe de pessoal de Trump na Casa Branca, Mark Meadows; a advogada Jenna Ellis e o assessor de campanha Boris Epshteyn.

Nesta terça-feira também compareceram outros nove acusados de emergirem como "falsos eleitores", pessoas que, segundo a acusação, teriam participado do plano.

Um comitê do Congresso americano que investiga a invasão ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021 por parte de seguidores de Trump registrou que Eastman foi o autor de memorandos nos quais afirmava que o então vice-presidente Mike Pence podia se recusar a contar os votos eleitorais de certos estados no pleito de 2020.

Por fim, Biden ganhou no Arizona por pouco mais de 10.000 votos, mas os republicanos insistiram, sem provas, que havia fraude e que Trump tinha sido o vencedor.

Segundo o sistema colegiado eleitoral dos Estados Unidos, cada estado nomeia os eleitores que representarão o candidato que tiver obtido mais votos. 

Esses eleitores assinam documentos oficiais que são enviados ao Congresso, onde são contabilizados. O vencedor é a pessoa com mais votos no colégio eleitoral.

Apesar da derrota de Trump no Arizona, seus representantes teriam emitido documentos que diziam que ele ganhou.

O Arizona é o quarto estado que apresenta acusações contra pessoas que tentaram formar uma lista alternativa de eleitores, depois de Michigan, Geórgia e Nevada.

Biden e Trump vão se enfrentar novamente nas eleições de novembro.

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