O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta terça-feira (21) que não tem certeza de que Israel estaria disposto a fazer concessões para conseguir um acordo de normalização de relações com a Arábia Saudita, particularmente no que diz respeito à criação de um Estado palestino.
A análise de Blinken acontece depois que Jake Sullivan, assessor de segurança nacional do presidente Joe Biden, visitou ambos os países e informou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o "potencial" de um acordo histórico.
Mas Blinken reconheceu que existem dúvidas sobre se Netanyahu e seu governo de extrema direita cumpririam com os pedidos sauditas.
"Não posso lhes dizer se Israel - seja o primeiro-ministro ou o país em conjunto - está preparado para fazer o necessário neste momento para realmente conseguir a normalização" das relações, disse Blinken a um comitê do Senado.
"Porque isso requer o fim de [a guerra em] Gaza e um caminho crível para um Estado palestino", disse.
Tanto Netanyahu como o então presidente americano, Donald Trump, elogiaram como uma conquista emblemática a normalização, em 2020, das relações de Israel com três estados árabes: Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.
Em todo caso, os líderes americanos e israelenses veem a normalização com a Arábia Saudita como um "troféu" muito maior, pois o reino do Golfo é o guardião dos dois lugares mais sagrados do islã.
Os sauditas, no entanto, em troca de um acordo, querem garantias de segurança dos Estados Unidos e avanços para a criação de um Estado palestino, uma ideia que Netanyahu rejeita há anos.
O impulso de Biden com a Arábia Saudita se produz apesar das críticas de certos setores do Partido Democrata e da promessa que o próprio presidente fez quando candidato de tratar como um "pária" o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, criticado internacionalmente por supostas violações dos direitos humanos.
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