A intensificação dos conflitos no estado birmanês de Rakhine forçou cerca de 45 mil membros de uma minoria rohingya a fugir do país, afirmou a ONU nesta sexta-feira (24).

"Dezenas de milhares de civis foram deslocados nos últimos dias devido aos conflitos nos setores de Buthidaung e Maungdaw", declarou a porta-voz do gabinete dos Direitos Humanos da ONU, Elizabeth Throssell. 

"Cerca de 45.000 rohingyas fugiram para uma área perto do rio Naf, próxima à fronteira com Bangladesh, em busca de proteção", acrescentou. 

Rakhine tem sido palco de intensos confrontos desde que combatentes do Exército de Arakan atacaram as forças da Junta militar em novembro, encerrando um cessar-fogo estabelecido desde o golpe em 2021.

O Exército de Arakan afirma lutar por maior independência para a população étnica deste estado, onde também vivem 600 mil rohingyas, uma minoria muçulmana perseguida em Mianmar.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, fez um apelo a Bangladesh e a outros países "para fornecerem proteção efetiva a quem solicitá-la, de acordo com o direito internacional", disse Throssel à imprensa.

A porta-voz alertou para "riscos claros" de uma "grave escalada de violência" em Rakhine e sinalizou o início de uma batalha pela cidade vizinha de Maungdaw, onde vive uma grande comunidade da etnia rohingya.

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