O tempo é curto para que os países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) tentem chegar a um acordo sobre a prevenção e o combate às pandemias nesta sexta-feira (24), último dia do prazo.
As negociações de mais de dois anos foram prolongadas várias vezes, mas esta parece ser a última para tentar chegar a um acordo antes da Assembleia Mundial da Saúde, que ocorrerá em Genebra de 27 de maio a 1º de junho.
Com ou sem acordo, o grupo encarregado das negociações terá de prestar contas de seu trabalho à assembleia, órgão supremo da OMS do qual 194 países fazem parte.
Há mais de dois anos, um grupo de países tenta desenvolver um marco geral para responder a estas situações e, apesar dos progressos das últimas semanas, ainda existem obstáculos difíceis de superar.
O principal é a criação de um sistema multilateral liderado pela OMS para ter a acesso a patógenos com potencial pandêmico detectados em diferentes países e os produtos utilizados para combatê-los.
Os países em desenvolvimento mostram relutância em compartilhar informações sobre os seus agentes patogênicos sem garantias de acesso a vacinas e outros itens de saúde.
O financiamento deste plano, sobretudo para as nações com menos recursos, é outro ponto delicado, bem como a distribuição equitativa de testes de detecção, tratamentos e vacinas, e os meios para os produzi-los.
Os negociadores têm a opção de apresentar um esboço do tratado à assembleia e mostrar um princípio de acordo, na esperança de ganhar mais tempo.
Em uma versão preliminar, a qual a AFP teve acesso, grande parte do texto já foi aprovada. Este documento inicial contém 34 artigos, dos quais 12 foram aprovados por todos os países.
Outros 18 pontos estão parcialmente aprovados e os quatro restantes foram autorizados apenas por grupos de trabalho separados.
Esta semana, o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um apelo a "um último esforço para cruzar a linha de chegada" e pediu aos países indecisos para não bloquearem um possível consenso.
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