O presidente francês, Emmanuel Macron, lamentou neste domingo (26) o "fascínio pelo autoritarismo" que está se consolidando na União Europeia (UE) e pediu participação nas eleições legislativas do próximo mês nos 27 países do bloco, para "defender a democracia".

"Nunca tivemos tantos inimigos internos e externos [...] Acho que estamos vivendo, basicamente, uma espécie de crise da democracia", declarou Macron em Berlim, em uma coletiva de imprensa junto ao presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier.

"A força das democracias é o debate permanente sobre todos os assuntos, para tentar chegar à melhor decisão que o povo escolher", assegurou.

Mas atualmente "há uma espécie de fascínio pelo autoritarismo que está surgindo em nossas próprias democracias", acrescentou.

O mandatário apontou contra "a ascensão da extrema direita" no continente, apesar de que "nada se sustenta no discurso" dessas formações.

Se os partidos de extrema direita tivessem estado no poder nos últimos cinco anos, "só teriam agravado as difíceis situações que vivemos: empobrecimento, divisão, apoio à Rússia, abandono da Ucrânia e menos democracia", enumerou.

O presidente centrista se disse decidido a "participar no debate" eleitoral "para desmascarar as ideias da Reunião Nacional", o partido de extrema direita francês que lidera as intenções de voto para as eleições que se realizarão de 6 a 9 de junho.

A Alemanha, por sua vez, está enfrentando um fortalecimento do partido ultranacionalista AfD.

"O problema hoje em dia é que em nossas democracias nos acostumamos à democracia e nos esquecemos de que esta é uma luta", sublinhou Macron.

"Deixamos que os nacionalistas e, muitas vezes, os inimigos da democracia colham todos os benefícios da democracia e critiquem a própria existência dela", lamentou.

Por isso, "é importante votar nas eleições europeias no partido que se apoia e que este seja um partido que defende a Europa", declarou.

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