Diane Abbott, primeira mulher negra a fazer parte da Câmara dos Comuns e política de destaque da ala à esquerda do Partido Trabalhista, afirmou nesta quarta-feira (29) que a legenda a afastou de suas listas para as eleições de 4 de julho. 

Abbott, próxima do ex-líder trabalhista Jeremy Corbin, em um partido que Keir Starmer reorientou para uma posição mais de centro, declarou nesta quarta à BBC que foi "proibida de [se] apresentar como candidata trabalhista". 

A política, de 70 anos, 37 deles como parlamentar por um distrito do norte de Londres, foi suspensa pelos trabalhistas em abril de 2023 depois de ter publicado uma carta no jornal The Observer na qual sugeria que os judeus, os irlandeses e os nômades são "sem dúvidas vítimas de preconceitos", mas "não sofreram racismo em suas vidas", diferentemente dos negros. 

Diante das críticas à sua carta, Abbott pediu desculpas e retirou seus comentários "completamente e sem reservas". 

"O racismo adota muitas formas e é completamente inegável que o povo judeu sofreu seus efeitos monstruosos, assim como os irlandeses, o povo nômade e muitos outros", reagiu. 

Mas o partido iniciou uma investigação, que ainda não se tornou pública. 

A mulher revelou em suas declarações à BBC que havia sido readmitida nas fileiras parlamentares do Partido Trabalhista nesta semana, porém não permitiram que ela concorra nas eleições de 4 de julho. 

Desde sua chegada à frente do Partido Trabalhista em 2020, Keir Starmer se esforçou para se mostrar intolerante ao antissemitismo, depois que seu antecessor, Jeremy Corbyn, foi acusado de permitir que esse tipo de preconceito se expandisse no seio do partido. 

O caso dessa deputada próxima a Corbyn, expulso do partido em 2020 por essas acusações, parece representar o primeiro grande obstáculo na campanha do líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, grande favorito para vencer as eleições. 

Corbyn, que concorrerá nas eleições de 4 de julho como independente, deixou a liderança do partido após a derrota nas eleições de 2019, sendo substituído por Starmer. 

As pesquisas colocam Starmer como claro favorito nas eleições. Caso o favoritismo se confirme e ele se torne o primeiro-ministro, ele colocará fim a 14 anos de governo conservador. 

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