O Congresso Nacional Africano (ANC) venceu as eleições legislativas de quarta-feira na África do Sul, mas poderá perder a sua maioria histórica e ter que formar um governo de coalizão, de acordo com resultados parciais publicados nesta sexta (31).
Com mais de 56% dos votos apurados, o ANC, partido histórico de Nelson Mandela, conta com 41,9% dos votos, indicou a comissão eleitoral (CEI).
O primeiro partido da oposição, Aliança Democrática (DA, centro liberal) soma 25% e o novo partido Umkhonto We Sizwe (MK) do ex-presidente Jacob Zuma alcançou mais de 11%. A esquerda radical Lutadores pela Liberdade Econômica (EFF) obteve 9,5% dos votos.
Estes resultados parciais ainda não incluem grandes cidades como Joanesburgo e Durban, afirmou a comissão eleitoral.
A participação é pouco inferior a 60% face aos 66% nas eleições legislativas anteriores, em 2019. Os resultados finais são esperados apenas no sábado.
Os 400 deputados da nova assembleia devem eleger o presidente em junho.
O ANC, que atualmente tem 230 cadeiras (57,5%), deverá continuar sendo o partido líder no Parlamento, mas se ficar abaixo dos 50% dos votos terá que forjar alianças e manter negociações para formar um governo de coalizão.
A queda do ANC explica-se, segundo analistas, pelo aumento da criminalidade, da pobreza e da desigualdade neste país de 62 milhões de habitantes. Os casos de corrupção envolvendo autoridades do partido também minaram a confiança já gravemente prejudicada.
Na província de KwaZulu-Natal, reduto tradicional do ANC, o partido MK de Zuma está na primeira posição, com mais de 43% dos votos, em comparação com 21% do Congresso Nacional Africano.
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