O ex-conselheiro americano para a covid-19, Anthony Fauci, de 83 anos, negou categoricamente, nesta segunda-feira (3), ter tentado dissimular a origem da pandemia em sua primeira audiência pública diante do Congresso, após ter deixado o cargo.    

Nos primeiros dias da emergência sanitária, em 2020, Fauci era considerado o especialista mais renomado dos Estados Unidos sobre o tema. As diferenças nas respostas do imunologista com as do então presidente, Donald Trump, sobre a crise sanitária geraram fortes críticas da direita contra ele.  

Fauci ganhou a inimizade do Partido Republicano de Trump ao corrigir as informações errôneas do ex-presidente, que pretende ser eleito novamente em novembro para um segundo mandato. Com sua família sendo ameaçada de morte, agora Fauci vive sob um esquema de proteção. 

Os republicanos dizem que ele contribuiu para o desencadeamento da pandemia ao aprovar financiamentos científicos para chineses, que são acusados de terem criado o vírus SARS-CoV-2, variante da covid-19. 

Fauci foi interrogado pelos republicanos da subcomissão do Congresso sobre a pandemia acerca de seus conhecimentos sobre os chamados experimentos de "ganho de função", cujo objetivo é modificar vírus para encontrar formas de combatê-los. 

Essa técnica controversa está no centro da teoria de que o vírus saiu de um laboratório. 

Seria "impossível" que o vírus dos morcegos estudados no Instituto de Virologia de Wuhan, na China, tenha sofrido mutação para o SARS-CoV-2, disse Fauci.

As acusações dos republicanos de que ele teria influenciado analistas da Agência Central de Inteligência (CIA) sobre a origem da pandemia, natural ou vinda de um laboratório, são "totalmente falsas e absolutamente grotescas", comentou o pesquisador. 

Anthony Fauci foi diretor do Instituto Nacional de Alergias e Enfermidades Infecciosas (Niaid) por 38 anos, até dezembro de 2022, e contribuiu para a crianção e desenvolvimento de políticas sanitárias adaptadas para o combate à pandemia, que matou 1,1 milhão de pessoas nos Estados Unidos. 

Em 15 meses de investigação, o subcomitê escutou quase 100 horas de testemunhos e examinou montanhas de documentos sem encontrar conexões entre Fauci e as pesquisas potencialmente perigosas em Wuhan. 

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