O mês de maio de 2024 foi o mais quente já registrado, o que significa que o planeta está há um ano batendo seus recordes mensais, anunciou nesta quarta-feira (5) o Observatório Europeu do Clima Copernicus.
Com esta série de recordes, "a temperatura média mundial dos últimos 12 meses (junho 2023-maio 2024) é a mais altas já registrada", segundo o Copernicus, ou seja, "1,63°C acima da média pré-industrial de 1850-1900" quando as emissões de gases de efeito estufa pela humanidade ainda não aqueciam o planeta.
Este anúncio coincidiu com um discurso em Nova York do secretário-geral da ONU, António Guterres, que comparou a ameaça ao meteorito que extinguiu os dinossauros.
Em maio, a temperatura média mundial, na Terra e nos oceanos, foi 1,52° C acima da média da segunda metade do século XIX para este mês.
Maio de 2024 foi, portanto, o "11º mês consecutivo desde julho de 2023 a atingir ou exceder 1,5°C" das médias da era pré-industrial.
Este limite de 1,5°C é citado como meta fixada no Acordo de Paris de 2015, assinado por quase todos os países.
Tal anormalidade deve ser observada na média de várias décadas para considerar que o clima se estabilizou em +1,5° C, o que ainda não aconteceu, ou seja, não é impossível que o próximo ano seja mais fresco.
Na última década (2014-2023), o aumento médio foi de 1,19° C em comparação a 1850-1900, segundo um estudo publicado na quarta-feira pela revista Earth System Science Data com cerca de 60 pesquisadores de renome.
Em relação ao ano 2024, o fenômeno climático natural El Niño, que há um ano agrava os efeitos do aquecimento, "mostra sinais de que está chegando ao fim", anunciou na segunda-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Já o La Niña, com temperaturas mais amenas, deve chegar mais tarde este ano, segundo a OMM.
Porém, este resfriamento, advertem os climatologistas, pode ser fraco no geral, comparado ao efeito contrário, ou seja, ao aquecimento gerado pelas emissões de CO2 pela humanidade.
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