O Tribunal de Apelações da Geórgia suspendeu nesta quarta-feira (5) todos os procedimentos relacionados ao caso de interferência eleitoral contra o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e os outros corréus, neste estado do sul do país, enquanto aguarda o resultado de um recurso interposto pelo magnata. 

Trump, de 77 anos, é acusado de participar de uma conspiração criminosa para anular o resultado das eleições de 2020 na Geórgia, onde o democrata Joe Biden venceu por cerca de 12 mil votos.

Em março, o juiz encarregado do processo rejeitou uma tentativa de Trump e de vários outros réus de desqualificar a promotora distrital que apresentou as acusações, após revelações de que ela mantinha um relacionamento romântico com o advogado que contratou para acompanhar o caso. 

Trump e os demais réus recorreram da decisão do juiz Scott McAfee, e o Tribunal de Apelações da Geórgia anunciou que vai começar a ouvir as alegações orais somente em 4 de outubro, ordenando nesta quarta-feira a suspensão de todos os procedimentos relacionados ao caso.

Com a suspensão, é muito improvável que o julgamento seja concluído antes das eleições presidenciais de novembro, nas quais Trump deverá enfrentar Biden novamente. 

As provas do caso incluem uma gravação telefônica em que Trump pede a um alto funcionário eleitoral da Geórgia que “encontre” votos suficientes para anular o resultado. 

Na semana passada, Trump foi condenado em um outro processo criminal, desta vez em Nova York, por falsificar documentos contábeis com o objetivo de esconder o pagamento de dinheiro a uma ex-atriz pornô que alega que os dois tiveram uma relação sexual em 2006. 

Trump e mais 18 réus respondem por chantagem e outras acusações na Geórgia, incluindo seu ex-advogado pessoal Rudy Giuliani e o ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows. 

Quatro dos corréus originais, incluindo três ex-advogados de campanha de Trump, declararam-se culpados por acusações menores, em acordos que os pouparam de penas de prisão. 

Trump também enfrenta acusações federais por conspirar para anular os resultados das eleições de 2020 e por supostamente manter documentos confidenciais em sua casa na Flórida e se recusar a devolvê-los.  

Nenhum desses casos deverá ser processado antes das eleições.

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