A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alertou nesta segunda-feira (10) sobre o aumento da desertificação no Brasil devido ao aquecimento global e fez um apelo para "reagir" para conter o problema, em um contexto de agravamento das secas.

A ministra falou durante um evento ao lado do secretário executivo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (CNUCD), Ibrahim Thiaw, na cidade de Petrolina, em Pernambuco, na caatinga.

Nessa região, que cobre grande parte do nordeste do Brasil e possui um clima, flora e fauna únicos no mundo, "partes que eram semiáridas estão ficando áridas e se estendendo naquela região (...) da caatinga para o cerrado", disse a ministra.

"E isso é para a gente ficar triste? Não, é para a gente reagir", urgiu.

Pesquisadores detectaram recentemente a primeira região árida do Brasil e projetaram a expansão de terras semiáridas em grande parte do território, disse a ONU Brasil em um comunicado.

Cerca de 38 milhões de brasileiros podem sofrer os efeitos da desertificação e da seca, que ameaça 1,4 milhão de quilômetros quadrados de território, uma área maior que o Peru.

O Rio Grande do Sul mal começa a se recuperar das piores inundações de sua história, que deixaram 172 mortos, meio milhão de desalojados e perdas milionárias.

Marina Silva advertiu na semana passada que tanto essa região quanto a Caatinga, a Amazônia e o Pantanal enfrentarão uma seca "severa" este ano.

Como consequência, a floresta amazônica e o maior pantanal tropical do mundo sofrerão novos incêndios, destacou.

O Brasil registrou um recorde de incêndios florestais de janeiro a abril, com mais de 17 mil focos identificados, segundo dados oficiais.

O país se juntou à Aliança Internacional para a Resiliência à Seca (Idra), uma coalizão global lançada na COP27 sobre mudanças climáticas para enfrentar a desertificação e a seca, um dos perigos naturais mais letais e caros.

Após o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder em janeiro de 2023, Marina Silva, uma reconhecida ativista ambiental, tem se concentrado em reverter as políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente com a meta de alcançar o desmatamento zero até 2030.

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