O papa Francisco voltou a usar o termo homofóbico "viadagem" (frociaggine, no original em italiano) semanas depois de ter sido obrigado a se desculpar por ter dito a palavra em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos, relatou nesta terça-feira (11/6) a agência de notícias italiana Ansa.
Enquanto conversava com padres de Roma, o pontífice disse na terça que "existe um ar de viadagem no Vaticano", e repetiu que homens com "tendências homossexuais" não deveriam ter permissão de entrar para o seminário e se tornarem sacerdotes.
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Em resposta, o Vaticano disse em nota que o papa reforçou a necessidade que pessoas LGBTQIA+ sejam acolhidas pela Igreja Católica ao mesmo tempo em que é preciso cautela para que elas não virem seminaristas.
No último dia 27, os principais jornais da Itália revelaram que o papa Francisco disse em uma reunião em 20 de maio que os seminários já estão "cheios de viadagem", e que homens gays não podem ter permissão para se tornar padres.
Os bispos presentes no encontro que foram ouvidos pelo jornal Corriere della Sera disseram que, na época, estava claro que o pontífice "não tinha consciência" do quão ofensiva a palavra é em italiano, que não é a língua materna de Francisco. Disseram ainda que "a gafe do papa foi evidente" aos presentes.
Desde que foi eleito papa pelo colégio cardinalício em 2013, Francisco, de 87 anos, orientou a Igreja a uma postura mais acolhedora com fiéis LGBTQIA+.
A medida mais significativa veio em dezembro do ano passado, quando o pontífice e autorizou a bênção a casais do mesmo sexo e àqueles considerados "em situação irregular", termo usado para se referir aos que estão em sua segunda união após um divórcio. Francisco, entretanto, manteve o veto ao casamento homoafetivo.
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Amigos do pontífice e observadores do Vaticano insistem que o escândalo do termo homofóbico, possivelmente o maior desastre de relações públicas de seu papado de 11 anos, não deve obscurecer seu histórico como um papa reformador e amigável à comunidade LGBT.
No entanto, alguns dizem que a gafe se encaixa em um padrão de equívocos papais que minam sua autoridade e levantam questões sobre suas convicções e o caminho de reforma que ele tem em mente para a igreja.