Os preços do petróleo voltaram a subir nesta quarta-feira (12), apesar de um aumento inesperado das reservas americanas de petróleo e da preocupação persistente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) com a inflação, que prejudica o poder aquisitivo.

O preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em agosto aumentou 0,83%, alcançando 82,60 dólares.

Enquanto isso, o barril de West Texas Intermediate (WTI) para julho subiu 0,77%, chegando a 78,50 dólares.

O petróleo ganhou impulso no início do dia graças a uma estimativa da federação americana de profissionais do setor petrolífero, a API, que antecipou, na terça-feira, uma queda nos estoques comerciais de petróleo de 2,4 milhões de barris.

A dinâmica de alta foi confirmada após a publicação do IPC, que mostrou estabilidade nos preços entre abril e maio, quando os economistas esperavam uma alta de 0,1%.

Esse dado melhor do que o esperado deve-se a uma queda nos preços da energia de 2% no mês passado. É uma tendência que continua: os preços da gasolina caíram 6,5% nos Estados Unidos desde meados de abril.

Mas o ânimo esfriou após a publicação do relatório de reservas nos Estados Unidos, que contradisse a estimativa da API.

As reservas comerciais de petróleo aumentaram significativamente nos Estados Unidos durante a semana encerrada em 7 de junho, segundo a Agência de Informação sobre Energia (EIA).

Os estoques aumentaram em 3,7 milhões de barris (mb), quando os analistas esperavam uma queda de 1,5 mb, de acordo com o consenso reunido pela agência Bloomberg.

O movimento se explica por um aumento das importações e uma queda das exportações.

Os operadores também não apreciaram o discurso firme do presidente do Fed, Jerome Powell, após dois dias de reunião de política monetária que terminaram com as taxas de juros estáveis, como esperado pelo mercado, em 5,25-5,50%, níveis máximos em mais de duas décadas.

Para o Fed, os progressos em direção ao seu objetivo de uma inflação de 2% a longo prazo foram apenas "moderados" nos últimos meses.

Apesar de uma moderação clara na alta durante o dia, o petróleo conseguiu manter-se em alta pela quinta sessão em seis dias.

Para Phil Flynn, do Price Futures Group, o relatório da EIA também trouxe uma notícia positiva para o mercado: o consumo de gasolina subiu 1% em uma semana e o de produtos destilados 8%.

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