A imprensa italiana e os líderes políticos denunciaram, nesta quinta-feira (13), uma discussão que eclodiu no dia anterior entre os deputados durante um tenso debate sobre o projeto do governo de extrema direita de Giorgia Meloni de conceder autonomia à la carte para as regiões.

O texto prevê a concessão de mais autonomia em relação a Roma para as regiões que assim desejarem, o que gera temores de um retrocesso nos serviços públicos das regiões mais pobres.

Na noite de quarta-feira, no meio do debate na Câmara, o deputado do Movimento 5 Estrelas (M5S), Leonardo Donno, levantou-se de seu assento para se aproximar do ministro de Assuntos Regionais e Autonomia, Roberto Calderoli, membro da Liga, e tentou colocar uma bandeira italiana em seu pescoço.

Esse gesto, que pretendia denunciar o enfraquecimento da unidade do país, provocou a ira dos deputados da Liga - o partido de extrema direita de Matteo Salvini - que deixaram seus assentos e partiram para cima de Donno.

"Faroeste na Câmara", foi a manchete do diário La Stampa. A manchete do Corriere della Sera, o principal diário do país, dizia: "As brigas da direita na Câmara dos Deputados".

"Os esquadrões da direita brigam no parlamento", lamentou La Repubblica, que usou o termo para descrever as forças paramilitares pós-Primeira Guerra Mundial que se tornaram uma forma de braço armado do fascismo italiano.

Donno recebeu dois golpes e teve que ser retirado em uma cadeira de rodas e levado ao hospital. As fotos, nas primeiras páginas dos jornais e canais de televisão, mostram uma briga entre cerca de vinte homens de terno e gravata.

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