O novo Parlamento sul-africano reuniu-se, nesta sexta-feira (14), para eleger o chefe de Estado, que deverá formar um governo de coalizão inédito que incluirá o Congresso Nacional Africano (ANC) e o primeiro partido liberal da oposição. 

O presidente em fim de mandato, Cyril Ramaphosa, de 71 anos, assumirá provavelmente um novo mandato à frente do país e do seu partido, o ANC, que governa o país há 30 anos. No entanto, perdeu a maioria absoluta nas eleições legislativas de 29 de maio. 

O ANC continua sendo a maioria na Câmara com 159 deputados dos 400 legisladores que o país possui, parte do grupo de potências emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). 

O primeiro grupo de oposição, a Aliança Democrática (DA), tem 87 cadeiras e anunciou um acordo governamental com o ANC, que chegou ao poder em 1994 com o emblemático líder da luta contra o apartheid Nelson Mandela.

O seu líder, John Steenhuisen, declarou à margem desta primeira sessão parlamentar que alcançou "um acordo sobre a declaração de intenção para a formação de um governo de unidade nacional". 

Além do ANC e da DA, a coalizão incluirá o partido nacionalista Zulu Inkhata (IFP, 17 cadeiras).

"Apoiaremos Cyril Ramaphosa quando ele for eleito presidente", sublinhou Steenhuisen em nome do seu grupo. 

Nesta primeira sessão, os deputados tomaram posse com ternos e trajes coloridos. 

Os deputados do partido de esquerda Lutadores pela Liberdade Econômica (EFF), liderado pelo ex-militante do ANC Julius Malema e que ficou em quarto lugar, apareceram em trajes vermelhos, capacetes, botas e lenços palestinos. 

Os deputados proporão candidatos à presidência durante tarde. Se Ramaphosa for o único candidato, será reeleito. Caso contrário, será organizada uma votação secreta. 

A posse do chefe de Estado está marcada para quarta-feira, em Pretória.

bur-ger/emp/sag/jvb/aa/fp