Mais de 200 pessoas morreram nos combates em El Fasher, a única grande cidade de Darfur que escapa ao controle dos paramilitares que lutam contra o exército sudanês há mais de um ano, segundo um novo relatório de Médicos Sem Fronteiras (MSF).
A ONG MSF indicou na noite de quinta-feira que os confrontos que duram mais de um mês em El Fasher, no oeste do país, deixaram "226 mortos" e 1.418 feridos.
Na verdade, esse saldo poderia ser muito maior, já que os habitantes não podem se deslocar para receber atendimento de emergência devido aos combates.
"A situação em El Fasher é caótica", resumiu Michel-Olivier Lacharité, chefe do programa de Emergências de MSF.
Desde abril de 2023, o Sudão é palco de uma guerra entre o exército do general Abdel Fatah al Burhan e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR) do general Mohamed Hamdan Daglo.
El Fasher, a única capital dos cinco Estados de Darfur fora do controle da FAR, manteve-se até agora relativamente a salvo de combates. A cidade, que acolhe inúmeros refugiados, serviu como centro humanitário para esta vasta região do oeste do Sudão.
Combates intensos eclodiram em 10 de maio e um cerco liderado pela FAR prendeu centenas de milhares de civis na cidade.
Em uma resolução adotada na quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU exigiu "o cessar imediato dos combates" e o fim do "cerco" de El Fasher.
Além disso, apela ao Exército e aos paramilitares para que permitam o acesso à ajuda humanitária em um país onde a fome ameaça milhões de pessoas.
O conflito no Sudão causou dezenas de milhares de mortes. Em El Geneina, capital de Darfur Ocidental, foram registradas entre 10.000 e 15.000 mortes, segundo a ONU, e quase nove milhões de pessoas foram deslocadas.
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