Um tribunal da Suíça ditou nesta sexta-feira (21) sentenças de prisão contra quatro membros da família mais rica da Grã-Bretanha por exploração de trabalhadores indianos em sua mansão em Genebra.
Os Hinduja, que estiveram ausentes na audiência, foram absolvidos da imputação de tráfico de pessoas, mas condenados por outras acusações, em um veredicto impactante para a família, cuja fortuna é estimada pelo jornal Sunday Times em 37 bilhões de libras esterlinas (R$ 254 bilhões).
Prakash Hinduja, de 78 anos, e sua esposa Kamal, de 75, foram sentenciados a quatro anos e seis meses de prisão. Seu filho Ajay, de 56 anos, e a esposa deste, Namrata, de 50, receberam quatro anos, anunciou a presidente do tribunal de Genebra, Sabina Mascotto.
A família, originária da Índia, trazia empregados domésticos desse país e, segundo a acusação, confiscava seus passaportes na chegada à Suíça e pagava um salário "80% a 90% inferior" ao que corresponderia na Suíça, explica a decisão.
O procurador de Genebra, Yves Bertossa, acusou a família de gastar "mais dinheiro com o cachorro do que com os empregados domésticos".
Bertossa solicitou a detenção imediata de Ajay e Namrata, alegando risco de fuga, mas a presidente do tribunal negou o pedido, por considerar que todos os acusados, de nacionalidade suíça, têm vínculos profundos com o país alpino.
A defesa indicou que vai recorrer da sentença e atribuiu as acusações ao mero desejo da Promotoria de "incriminar os Hinduja".
Segundo a defesa, os três denunciantes não viviam isolados e nenhum "foi enganado quanto ao salário".
A presidente do tribunal descartou a acusação de tráfico de pessoas, argumentando que alguns funcionários retornaram a Genebra após viajarem à Índia.
Mas a família "aproveitou-se da inexperiência dos empregados, que tinham pouca ou nenhuma educação e desconheciam os seus direitos", expôs a magistrada.
O grupo Hinduja possui ativos em 38 países nos setores de petróleo e gás, bancário e serviços médicos, com um quadro total de 200 mil funcionários.
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