(FOLHAPRESS) - Um ataque com drone das forças de Israel matou, neste sábado (22), um fornecedor de armas ao Hamas no Líbano. Ayman Ratma também atuava para a organização Jamaa Al-Islamiya, um braço da Irmandade Muçulmana, segundo a imprensa israelense.
O ataque ocorreu a 40 quilômetros ao norte da fronteira do Líbano e atingiu o veículo que transportava Ratma. As autoridades israelenses afirmaram que o fornecedor se preparava para atacar o país e que já tinha participado de outras ações semelhantes, mas sem fornecer detalhes.
Ratma era tratado como um dos principais responsáveis das operações do Hamas em território libanês.
Nos últimos dias, ataques e retórica agressiva aumentaram a tensão na região da fronteira entre o grupo libanês Hezbollah e Israel. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou na sexta-feira (21) que o mundo não suportaria que o Líbano se tornasse outra Faixa de Gaza.
Tel Aviv e o Hezbollah, um dos principais aliados do Irã no Oriente Médio e apoiador do Hamas, têm trocado ameaças e lançado foguetes em suas respectivas áreas de fronteira desde o início do conflito de Israel contra o grupo que controla a Faixa de Gaza.
Nesta sexta, os militares israelenses afirmaram ter realizado uma série de ataques contra posições do grupo xiita no sul do Líbano. Foram alvos os edifícios usados pelo Hezbollah, postos militares e outras infraestruturas em localidades próximas da fronteira.
Na semana passada o Hezbollah havia feito seu maior ataque contra Israel desde 7 de outubro. Foram identificados pelas forças israelenses mais de 200 projéteis, e o grupo prometeu intensificar a ofensiva.
A ação foi uma resposta pela morte de um comandante sênior da facção que foi morto por ataque aéreo de Tel Aviv um dia antes. No começo de junho, em outro ataque, uma brasileira ficou gravemente ferida em ataque no sul do Líbano.
O Hezbollah é um grupo xiita financiado por Teerã que também é um partido relevante no cenário político libanês, com forte atuação social no país, além de possuir notória ala paramilitar que se confunde com sua participação política e é mais poderosa do que o Exército libanês.
O grupo também tem mais poderio bélico que o Hamas, experiência em conflitos após auxiliar as forças do ditador sírio, Bashar al-Assad, na guerra civil do vizinho, e, diferentemente do grupo palestino, não vive sob o cerco israelense de Gaza.