O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, negou nesta segunda-feira (24) que seu governo tenha ordenado a interceptação ilegal de linhas telefônicas de magistrados da Corte Constitucional, de acordo com uma denúncia que provocou um escândalo no país na véspera.

"Desde o primeiro dia de governo, a ordem do presidente às agências de inteligência é não usá-la contra a oposição, a imprensa ou os tribunais", escreveu Petro em sua conta na rede social X.  

No fim de semana, a revista Semana revelou que o juiz Jorge Enrique Ibáñez apresentou queixa ao Ministério Público de que "agências de inteligência do Estado" supostamente interceptaram seu celular.

"Há vários meses minhas comunicações, especialmente meu celular, foram interceptados (...) por fora dos marcos jurídicos", escreveu o magistrado em uma carta à procuradora-geral, Luz Adriana Camargo, que foi divulgada pela revista.

Ibáñez garante que alguns de seus juízes auxiliares também tiveram seus celulares invadidos e não descarta que outros colegas da Corte Constitucional também sejam afetados. 

O MP anunciou a abertura de uma investigação sobre o caso. 

Petro garantiu, por sua vez, que o Departamento Nacional de Inteligência "não dispõe de dispositivos para interceptar serviços de telefonia privados".

Entretanto, a revista garante que um general lhe confirmou, sob anonimato, "que tais interceptações realmente foram feitas".

As denúncias contra o governo ocorrem quando o presidente busca convocar uma assembleia para modificar a Constituição, o que a oposição afirma ser uma tentativa de contornar o poder dos tribunais superiores. 

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