Ursula Haverbeck, de 95 anos, foi sentenciada, nesta quarta-feira (26), em apelação por um tribunal de Hamburgo, a um ano e quatro meses de prisão por negar o genocídio dos judeus por parte dos nazistas. 

Em 2015, a nonagenária já tinha sido condenada em primeira instancia a dez meses de prisão por "incitação ao ódio", depois de ter declarado que o campo de concentração e extermínio de Auschiwitz era "só um campo de trabalho". 

A mulher se apresenta como representante do "revisionismo histórico", caracterizado pela negação do Holocausto, e uma "lutadora intrépida pela verdade". 

O processo de apelação, inicialmente previsto para 2018, foi adiado várias vezes, sobretudo por conta da pandemia de covid-19. 

Um porta-voz do Tribunal afirmou que na audiência, realizada em Hamburgo, Haverbeck contou com o apoio de simpatizantes que interromperam várias vezes as deliberações. 

A acusada é viúva de Werner Georg Haverbeck, um apoiador da extrema direita que morreu em 1999, com quem fundou em 1963 o Collegium Humanum de Vlotho (centro da Alemanha), apresentado como um centro educativo, mas conhecido como um foco de negaciosismo depois da sua ilegalização em 2008.  

Auschwitz-Birkenau é o simbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazista contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram nos campos de concentração entre 1940 e 1945. 

No local, também morreram cerca de 80 mil poloneses não judeus, 25 mil ciganos e 20 mil soldados soviéticos. 

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