Zuñiga estava no cargo máximo do Exército boliviano desde 2022 -  (crédito: Reprodução)

Zuñiga estava no cargo máximo do Exército boliviano desde 2022

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O general Juan José Zúñiga Macias, militar que lidera a tentativa de golpe na Bolívia, era comandante do Exército do país desde novembro de 2022 e tem sido criticado pelo ex-presidente Evo Morales. Zúñiga foi removido do posto de comandante do Exército nesta terça (25/6), depois de fazer ameaças contra Evo.

 

Nesta quarta-feira (26), o general disse que "por enquanto" reconhece Arce como chefe das Forças Armadas, mas que haverá uma troca ministerial no governo.

 

 

"Os três chefes das Forças Armadas viemos expressar nossa discordância. Vai haver um novo gabinete de ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar desse jeito", afirmou Zúñiga à mídia local.

 

Ele disse ainda que vai libertar "prisioneiros políticos", incluindo a ex-presidente Jeanine Añez, condenada a dez anos de prisão em junho de 2022 por ter organizado um golpe de estado contra Evo em 2019.

 

 

Segundo notou o argentino Clarín, em entrevista à imprensa nesta semana, o general respondeu a uma questão sobre a possibilidade de Evo voltar a ser chefe de Estado do país dizendo que "legalmente [Evo] está incapacitado e as Forças Armas têm a missão de fazer respeitar e cumprir a Constituição política do Estado. Esse senhor não pode voltar a ser mais presidente deste país".

 

Antes de ser comandante, Zúñiga foi chefe do Estado-Maior do Exército boliviano.

 

Em novembro de 2023, o general havia chamado críticos das Forças Armadas de "antipátria". "Quero dizer aos antipátria, à quinta coluna: não percam seu tempo atacando os quartéis em busca de kalimanes. Já não existam kalimanes, não percam seu tempo", afirmou ele, em referência ao ex-comandante Williams Kaliman, que pressionou Evo para que renunciasse em 2019.

 

Em publicação no X na mesma época, Evo acusou Zúñiga de ameaçar matá-lo em reuniões de um grupo chamado "Pachajcho", que teria sido organizado no interior das Forças Armadas para perseguir dirigentes políticos e sindicalistas cocaleiros. "Se fala que não existem mais kalimanes, que se apresente ao Ministério Público e diga o que sabe da participação de seu ex-comandante no golpe de Estado", em referência aos acontecimentos de 2019.

 

 

Evo diz ainda ter áudios das ameaças supostamente feitas pelo general, embora não os tenha apresentado. Zúñiga também é acusado de desvio de recursos destinados a iniciativas sociais; ele nega.