O fornecimento de munições ocidentais às forças ucranianas que lutam contra a invasão russa está acelerando após meses de escassez, disseram várias fontes do Exército de Kiev. 

Consultados pela AFP, o Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas e representantes de três brigadas que combatem na região de Donetsk, na frente oriental, confirmaram um aumento dos abastecimentos em relação ao início do ano. 

"Melhorou há cerca de um mês e continua melhorando, pelo menos em relação aos projéteis de artilharia de calibre 155 milímetros", disse um sargento ucraniano que se identificou pelo seu nome de guerra, Luntik. 

Se no primeiro trimestre as munições da sua unidade eram estritamente racionadas para "seis projéteis por canhão a cada 24 horas”, hoje o limite foi elevado para "até 40 por dia", detalhou o soldado. 

E em áreas como a região de Kharkiv – onde a Rússia lançou uma nova ofensiva terrestre no início de maio que fracassou quase totalmente – "não há limite", acrescentou. 

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou que a situação está melhor em Kharkiv, embora tenha admitido que continua difícil. 

"Nossas forças estabilizaram a situação e pararam a ofensiva russa", disse ele nesta sexta-feira, avaliando que "o ocupante fracassou". 

O Exército ucraniano, altamente dependente da ajuda das potências ocidentais, está muito enfraquecido desde o final de 2023 devido a atrasos na entrega de suprimentos dos Estados Unidos e seus aliados na Europa. 

O Congresso dos EUA aprovou um pacote de ajuda de 61 bilhões de dólares (336 bilhões de reais na cotação atual) para a Ucrânia no final de abril, após meses de negociações, mas a entrega das armas leva semanas, e até meses. 

As novas ofertas ainda não igualaram o nível de 2023, "quando havia mais de tudo, mas parece que em breve deveremos atingir o mesmo nível", estimou Luntik.

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