O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden -  (crédito:  JIM WATSON / AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

crédito: JIM WATSON / AFP

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reconheceu em um comício na Carolina do Norte, nesta sexta-feira (28), a performance ruim no debate realizado na véspera contra Donald Trump.

 

"Eu sei que não sou um homem jovem. Isso é óbvio. Eu não ando tão bem, não falo tão bem, não debato tão bem quanto eu debatia, mas sei como falar a verdade. Sei diferenciar o certo do errado, sei fazer esse trabalho", disse, sob aplausos de apoiadores.

 

 

O presidente completou que, como um americano, sabe que, "quando você é derrubado, você se levanta."

 

As declarações ocorrem em meio a uma crise no Partido Democrata desde o debate, pressionado a rever sua chapa para a Presidência na eleição deste ano diante do desempenho ruim de Biden.

 

 

Mas, nesta sexta, em contraste com a voz rouca e os lapsos de memória vistos na véspera, o presidente reemergiu com uma postura incisiva e segura.

 

Ele apontou diversas declarações falsas feitas por Donald Trump na véspera e repetiu uma das poucas frases memoráveis do debate: "ele tem a moral de um gato de rua". Rodeado por apoiadores, pela primeira-dama, Jill, e o governador do estado, Roy Cooper, o democrata disparou ataques ao adversário, acusando-o sobretudo de ser uma ameaça à democracia.

 

A crise ficou clara logo após o fim do embate: nenhum democrata estava disponível no tradicional momento de dar entrevistas à imprensa para tentar enviesar a cobertura a favor de seu candidato. Republicanos, em contraste, abundavam.

 

Quando finalmente os democratas apareceram, foi em conjunto. Em seis pessoas, eles fugiram de responder perguntas sobre a performance vacilante de Biden. Logo ficou claro a mensagem combinada: o que importa é a substância, o conteúdo, e, nesse sentido, o presidente teria se saído melhor diante das mentiras de Trump.

 

Mas talvez o maior sintoma da crise tenha sido o assédio ao governador da Califórnia, Gavin Newsom, citado desde o ano passado como um plano B ao presidente na chapa democrata. O assédio foi intenso e, ao menos publicamente, o californiano segue dizendo que apoia totalmente Biden.

 

Os próprios republicanos fizeram questão de reforçar os remores de uma possível troca na chapa democrata.

 

"Estou ouvindo que os democratas estão querendo substituí-lo, mas ele é o candidato deles. Ele é o indicado democrata. E essa é a escolha, a escolha clara que os americanos terão em novembro entre o Presidente Trump e seu histórico de sucesso e Joe Biden e seu fracasso", disse à Folha Danielle Alvarez, porta-voz da campanha republicana.