O Exército israelense bombardeou neste domingo (30) a Faixa de Gaza, onde prossegue com os combates contra o movimento islamista palestino Hamas no norte do território que obrigaram milhares de habitantes a fugir.

A guerra, desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, não dá trégua e tem causado tensões no Oriente Médio, com receios de um agravamento do conflito no Líbano, onde há trocas de disparos quase diárias entre o Exército israelense e o movimento libanês Hezbollah. 

Um correspondente da AFP relatou bombardeios na cidade de Gaza, no norte, e em Khan Yunis e Rafah, no sul do território sitiado, governado pelo Hamas desde 2007. 

Equipes de resgate e médicos informaram pelo menos seis mortos em um ataque aéreo a noroeste de Rafah, na fronteira com o Egito, onde as tropas israelenses lançaram uma ofensiva terrestre em 7 de maio, com o objetivo de combater o que consideram o último grande reduto do Hamas. 

Há também combates em outras zonas do território, particularmente no norte, no bairro de Shujaiya, ao leste da Cidade de Gaza. 

O Exército israelense instou os residentes desta área a se retirarem na quinta-feira, causando a fuga de "dezenas de milhares de civis", segundo a agência de Defesa Civil de Gaza.

- Pânico -

"Nas ruas, as pessoas estavam em pânico, aterrorizadas", disse Samah Hajaj, de 42 anos. "Não sabemos por que os soldados israelenses entraram em Shujaiya quando já tinham destruído as casas", acrescentou. 

As forças armadas de Israel anunciaram que "eliminaram vários terroristas" na véspera, que descobriram "armas" e bombardearam "dezenas de infraestruturas terroristas no setor". 

A guerra provocou deslocamentos em massa da população, que sofre com a escassez de alimentos, água, combustível e medicamentos devido ao cerco imposto por Israel. 

Dos 36 hospitais da Faixa de Gaza, 32 foram danificados e 20 estão fora de serviço, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

As condições de vida em Gaza, onde a ajuda humanitária chega aos poucos, são "desastrosas", denunciou na sexta-feira Louise Wateridge, da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

O conflito eclodiu em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses. 

O Exército israelense estima que 116 pessoas permanecem cativas em Gaza, 42 das quais teriam morrido. 

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já deixou pelo menos 37.877 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas. 

Israel busca "aniquilar" o grupo islamista e considera-o, juntamente com os Estados Unidos e a União Europeia, uma organização "terrorista".

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